Manuel Alegre assinalou o «papel histórico digno de ser valorizado» do general, quer como militar, quer como chefe de Estado e diz que Eanes é um «democrata» e um «patriota».
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O socialista Manuel Alegre entende que a homenagem que será feita esta segunda-feira a Ramalho Eanes é «justa», por causa do seu «papel essencial na consolidação do regime democrático e também das Forças Armadas».
O histórico do PS, que não vai participar neste tributo devido a razões pessoais, lembrou a colaboração estreita que teve com Ramalho Eanes na altura do 25 de novembro.
«Sei bem o papel que desempenhou, também como Presidente da República», assinalou Alegre, apesar das «divergências» que teve com o general quando «de certa forma apadrinhou o PRD».
Lembrando que foi representante do PS na primeira candidatura presidencial de Ramalho Eanes, Alegre destacou o «papel histórico digno de ser valorizado» do general, quer como militar, quer como chefe de Estado.
«É uma pessoa séria e ética, um homem que não quis aceitar o bastão de marechal, que recusou o dinheiro a que tinha direito quando lhe foi reconhecido o direito à reforma», notou Alegre, que lembrou que não são muitos os que recusam este direito.
Para Alegre, que diz não separar o 25 de Novembro do 25 de Abril, Eanes é um «democrata, que representa o espírito do 25 de Abril e é sobretudo um grande patriota».
O tributo a Ramalho Eanes acontece 38 anos depois de ter liderado as operações militares que colocaram fim à influência da extrema esquerda em Portugal após o 25 de Abril.