Altice promete "estabilidade social e laboral" ao Sindicato dos Trabalhadores
Na reunião desta tarde o Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Altice em Portugal, foi também informado que vai haver uma auditoria externa.
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O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Altice em Portugal alerta que os trabalhados estão "extremamente preocupados" com a situação da empresa, mas sublinha que a presidente executiva da Altice Portugal deu garantias de "estabilidade social e laboral".
"Foi dito pela doutora Ana Figueiredo - foi reiterada - a disponibilidade da empresa e também garantiu, com ênfase, que todos os direitos, garantias e a estabilidade social e laboral, manter-se-ão porque uma coisa não tem nada a ver com a outra. Em princípio a Altice está ilibada de qualquer responsabilidade ou de qualquer culpa, independentemente das pessoas que estejam ligadas, ou estavam ligadas à empresa, como é o caso deste antigo CEO Alexandre Fonseca, que foi confirmado que pediu a suspensão das responsabilidades que tinha", adiantou Jorge Félix em declarações à TSF.
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O líder sindicalista falou com a TSF após a reunião desta segunda-feira à tarde com Ana Figueiredo, dias depois das buscas à sede da Altice Portugal e a instalações de empresas e escritórios em vários locais do país, no âmbito da operação Picoas, que levou à detenção de três pessoas, incluindo a do cofundador do grupo Altice Armando Pereira.
Em causa, alegadamente, está uma "viciação do processo decisório do grupo Altice em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência", que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva.
As autoridades consideram que a nível fiscal o Estado terá sido defraudado numa verba superior a 100 milhões de euros.
As principias preocupações eram com o respeito dos direitos dos cerca de 6300 trabalhadores no ativo, em pré-reforma ou com suspensão do contrato.
Jorge Félix afirma que apesar de receosos, os trabalhadores ficam mais tranquilos depois de ouvir Ana Figueiredo.
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A Altice anunciou esta segunda-feira que o co-presidente executivo, Alexandre Fonseca, suspendeu as funções no âmbito das atividades empresariais executivas e não executivas de gestão do grupo em diversas geografias, incluindo as posições de 'chairman' em diversas filiais.
Na reunião desta tarde o sindicato dos Trabalhadores do Grupo Altice em Portugal, foi também informado que vai haver uma auditoria externa.
"Também foi dito pela doutora Ana Figueiredo que, em princípio, a empresa não vai precipitar-se, nem vai fazer acusações fáceis a ninguém - porque isso ficará para a justiça - e foi confirmado que, entretanto, foi levando e foi solicitada uma auditoria feita por uma empresa externa e que tem que ver com os danos porventura causados à empresa com estas ações financeiras que - a serem confirmadas - abusaram fortemente do ponto de vista financeiro a Altice Portugal", avançou.
Já esta tarde, Ana Figueiredo, numa carta dirigida a todos os trabalhadores, defendeu que depois das buscas à Altice Portugal, no âmbito de uma investigação dirigida a pessoas e entidades externas ao grupo, a dona da Meo deve concentrar-se na sua operação, continuar a executar o plano de negócios e melhorar o seu desempenho.