Ambientalistas pedem ao Grupo Secil plano de desativação de pedreiras da Secil na Arrábida
A Liga para a Proteção da Natureza (LPN), em carta aberta, argumenta que a Secil deve desistir de procurar aumentar a área a explorar e de prolongar a exploração por décadas.
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A Liga para a Proteção da Natureza (LPN) solicita ao Grupo Secil que apresente um plano de desativação das pedreiras no Parque Natural da Arrábida e o consequente encerramento da Fábrica do Outão, com o desmantelamento das instalações e a renaturalização da área afetada.
O pedido é feito em carta aberta que tem o apoio das Organizações Não Governamentais de Ambiente da Coligação C7.
"A Secil pretende alargar a área a explorar e pretende prolongar a sua presença no local por várias décadas e está a fazê-lo de forma ilegal, porque o alargamento da área de exploração é uma clara e direta violação do Plano de Ordenamento do Parque Natural da Arrábida".
Por isso o pedido da LPN: "O que pretendemos é que a Secil mantenha o plano que existe há já várias décadas de terminar o seu trabalho na serra agora", afirma Jorge Palmeirim, presidente da direção da LPN.
O pedido da LPN vai ainda no sentido que a empresa "prepare um plano para se retirar da Serra da Arrábida, renaturalizar a área afetada, como é sua da obrigação, e transferir, se necessário, as atividades que serão afetadas para outras fábricas que possui fora de áreas protegidas."
Jorge Palmeirim afirma ainda que "esperança" que a Agência Portuguesa do Ambiente, "que está neste momento a avaliar a possível expansão da pedreira, cumpra a sua função, que é declarar ilegal esta expansão da exploração e o prolongamento da atividade na serra durante décadas".
Uma decisão que, considera, "facilitaria muito, encorajaria a Secil a fazer o que deve fazer".
"Naturalmente que esperamos resistência por parte da Secil ainda que estejamos conscientes que, no passado, a Secil teve alguns cuidados ambientais e sociais com a serra".
Na carta aberta, a LPN mostra-se confiante que, "com o devido planeamento, a Secil será bem-sucedida numa solução" para os cerca de 200 trabalhadores que ainda emprega na Arrábida".
"A Secil tem outras fábricas em Portugal e o grupo económico da Secil tem muitas oportunidades de emprego em Portugal. A própria recuperação ecológica da área cria emprego. A Secil tem tempo para encontrar soluções para esses trabalhadores", afirma Jorge Palmeirim.