A temperatura média nem foi das mais altas, mas em alguns sítios foram batidos recordes de mais de um século. As emissões de metano preocupam cada vez mais os especialistas.
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O ano 2021 voltou a entrar para a lista dos mais quentes desde que há registo.
A temperatura média no planeta foi superior em 0,3 graus Celsius à média das últimas três décadas, o que faz de 2021 o sétimo ano mais quente de sempre.
Na lista dos anos mais quentes, os últimos sete anos ocupam os sete primeiros lugares.
Mas o aumento da temperatura foi desigual nas diversas regiões do globo.
Por exemplo, a temperatura média na Europa no ano passado foi superior em 0,1 graus Celsius à média dos últimos 30 anos e não entra nos dez anos mais quentes de sempre no velho continente.
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Os dados revelados esta segunda-feira pelo Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas da União Europeia a partir da vigilância de uma rede de satélites, mostram que apesar de a temperatura não ter sido tão elevada como em anos anteriores, as emissões de dióxido de carbono, e especialmente de metano, voltaram a estar a muito acima do desejável.
E as consequências destas temperaturas altas foram particularmente notadas sob a forma de graves incêndios por causa de ondas de calor severas, nos países da bacia mediterrânica, e de catastróficas inundações, por causa das chuvas no centro da Europa.
Portugal é referido no relatório como um dos países mais afetados pelas ondas de calor, ao lado de Grécia, Itália, Espanha, Albânia, Macedónia do Norte, Argélia, Tunísia, e do mais atingido de todos, a Turquia.
Os dados do Serviço Copernicus estão atualizados até ao último dia do ano, e permitem verificar que Londres e o estado do Texas tiveram o mês de dezembro mais quente desde o final do século XIX, ou que S. Petersburgo e a Escandinávia nunca tinham tido um dezembro tão frio.
Os anos de 2015 e 2019 continuam a ser os mais quentes da história e aqueles que registaram mais e maiores desvios anormais da temperatura média.
O balanço revelado pelo Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas da União Europeia é ilustrado por um vídeo que mostra o planisfério e a cronologia de janeiro a dezembro do ano passado, através dos fogos a nível global, e da intensidade que atingiram.
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Em 2021, foram emitidas para a atmosfera 1750 megatoneladas de carbono por causa dos fogos.
Este valor representa um aumento em relação a 2020, apesar de se manter uma tendência de redução desde 2003.