Antigo braço direito de Manuel Godinho diz que não tinha consciência da gravidade da situação
O ex-diretor comercial da O2, que pertence a Manuel Godinho, o principal arguido no processo 'Face Oculta', admitiu não ter «a mínima consciência da gravidade da situação» no início deste caso.
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«O primeiro sinal sério foi quando o Ministério Público (MP) propôs a prisão preventiva. Foi a primeira vez que senti que as coisas não eram bem como estava a pensar e que teriam uma gravidade superior», disse Namércio Cunha, nas primeiras declarações que prestou ao tribunal.
O antigo braço direito de Manuel Godinho considerou ainda que a proposta do MP foi «uma surpresa e um rude golpe», já que sempre se mostrou disponível para colaborar.
Namércio Cunha, que pediu para depor logo no início da sessão da manhã quebrando o silêncio a que se remeteu desde o início do julgamento que está a decorrer no tribunal de Aveiro, explicou que o «momento fulcral» deste processo foi quando decretaram o arresto da sua casa.
«É do conhecimento público que as minhas posses são normais. A minha casa foi concluída antes de entrar na O2 e foi muito duro perceber que a única coisa que tenho estava em risco», afirmou.
Questionado pelo juiz presidente Raul Cordeiro sobre a abrangência do seu depoimento, o arguido referiu que pretendia prestar declarações em toda a plenitude dos factos, na sequência do que já fez na fase anterior.
A sessão foi interrompida cerca das 17:40 e prosseguirá na quarta-feira de manhã com a continuação do depoimento de Namércio Cunha.