O primeiro-ministro defendeu também que, se o apoio europeu aos palestinianos estiver a ser desviado pelo Hamas, é uma "falha enorme" da União Europeia e deve exigir responsabilização.
Corpo do artigo
O primeiro-ministro defendeu, esta quarta-feira, que Israel está a violar o direito internacional e humanitário ao fazer um cerco a Gaza que põe em causa as vidas palestinianas. António Costa apelou à construção de uma solução de "dois Estados", para alcançar uma "paz duradoura" no Médio Oriente.
A posição foi defendida por António Costa, perante os deputados na Assembleia da República, durante o debate quinzenal e também no debate preparatório do Conselho Europeu, com a participação do primeiro-ministro.
O chefe do Governo sublinhou que, para Portugal, Israel "não é inimigo" e que, antes de tudo, condena inequivocamente a "ação terrorista" do Hamas - que acusou de oprimir o povo palestiniano - num "ataque bárbaro" contra Israel, causando mortos e fazendo reféns civis que tem "o dever" de libertar.
António Costa frisa que, como a União Europeia (UE), Portugal reconhece que Israel tem o direito à defesa militar, para "reprimir" o ataque do Gamas e também para "destruir militarmente" aquela organização. Mas esse direito, ressalva o primeiro-ministro, tem de ser cumprido "no estrito respeito do direito internacional e humanitário".
Para o chefe do Governo português, o bloqueio imposto por Israel na Faixa de Gaza - com o corte da energia e da água - "não cumpre" o direito humanitário. António Costa defendeu, perante as questões do PCP - que afirmou que essa censura ao cerco a Gaza não está no documento conjunto assinado pela União Europeia -, a urgência de parar os ataques para garantir apoio humanitário à população da Palestina. O primeiro-ministro reitera que é essa a posição europeia, motivo pelo qual a UE decidiu "triplicar o apoio humanitário" na Palestina.
Questionado pelo PSD sobre se pode garantir que o apoio financeiro da Europa à Palestina chega à população que dele precisa e não é desviado pelo Hamas, António Costa reiterou que, para já, "não há nenhum indício" de que tal tenha acontecido.
Se este apoio estiver a ser desviado, defende o primeiro-ministro, será uma "falha" grave, que deve exigir "responsabilização" por parte da União Europeia.