Depois de vários impasses, PS e PSD entenderam-se quanto à formulação do voto de pesar pelas "vítimas resultantes dos ataques terroristas do Hamas contra Israel". Votação em plenário acontece esta sexta-feira.
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O tema é quente e as posições nem sempre coincidem, mas depois de vários dias de esforço, PS e PSD entenderam-se num texto comum de pesar pelas vítimas dos ataques do Hamas contra Israel.
No texto a que a TSF teve acesso, lê-se logo no primeiro ponto a condenação "de forma absoluta, imediata e inequívoca" dos "ataques terroristas do Hamas em Israel". Ainda nesse ponto, vinca-se o "mais profundo pesar pelas vítimas destes ataques, em especial as crianças, e solidarizando-se com as famílias e amigos destas vítimas e com o povo israelita".
Segue com a o reafirmar do reconhecimento "do direito do Estado de Israel se defender contra atos de terrorismo no quadro do Direito Internacional" e com os votos de que sejam libertados "todos os reféns e pessoas sequestradas".
No que diz respeito ao povo palestiniano, surge um apelo para que "não seja cortado o acesso de água, comida ou energia e que sejam criados corredores humanitários para que seja prestada toda a ajuda e apoio ao povo palestiniano e civis inocentes na Faixa de Gaza".
Por fim, é manifestado o apoio a "todos os esforços que procuram alargar o círculo da paz na região e acautelar as aspirações nacionais dos povos israelita e palestiniano através da resolução do conflito israelo-palestiniano pela via da paz, do respeito à autodeterminação dos povos e do respeito integral pelos direitos humanos com base na solução de dois Estados, em linha com as resoluções relevantes do Conselho de Segurança das Nações Unidas e em acordos anteriores firmados entre israelitas e palestinianos".
Fonte do Livre diz à TSF que o voto, tal como está atualmente redigido e consensualizado entre PS e PSD, não representa a posição do partido. Ainda assim, até à votação, o Livre mantém-se disponível para tentar uma outra formulação. Isto acontece também porque o voto apresentado pelo deputado Rui Tavares tinha sido aprovado na Comissão de Negócios Estrangeiros.
Também o Chega não se revê neste voto, André Ventura, em declarações na Assembleia da República, pede maior firmeza na defesa de Israel e na condenação do Hamas.
Já o Bloco de Esquerda também foi questionado, no caso, a deputada Joana Mortágua que fez declarações sobre outro assunto. Da parte dos bloquistas ainda não havia uma posição definida porque aguardavam que o texto fosse comunicado ao partido de forma oficial.
O texto é votado em sessão plenária esta sexta-feira.