Conflito Israel-Hamas. Marcelo defende que é preciso "fazer tudo para que exista futuro na região"
O Presidente da República está em visita oficial à Bélgica.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recusou alongar-se nos comentários ao conflito entre Israel e o Hamas, mas defendeu que é preciso "fazer tudo para que verdadeiramente exista futuro numa região" que tanto "tem sofrido" e reconheceu que o ataque ao hospital em Gaza é uma realidade que "choca todos". No entanto, concorda com a postura do secretário-geral da ONU, António Guterres.
"Não queria pronunciar-me sobre isso. Há declarações intencionais e não intencionais que podem ter determinadas consequências. Para já só me pronuncio sobre o lado humanitário.
Compreendo perfeitamente a posição do secretário-geral da ONU porque está preocupado com a situação e faz um apelo perfeitamente compreensível porque corresponde à linha orientadora da sua atuação em diversas situações no mundo", afirmou Marcelo, que está em visita oficial à Bélgica.
Questionado também sobre o aumento da segurança em diversos países europeus que já resultaram em aeroportos evacuados em França e na Bélgica, o chefe de Estado recorda que já houve "períodos mais complexos" em que se tomaram medidas semelhantes, em diversos países, por receio de ataques terroristas.
"Isso que acontece ao longo da história depende da decisão das autoridades nacionais ou concertações internacionais e visa prevenir e proteger os que seriam vítimas inocentes. Tem sido uma realidade. É para evitar um medo e alarme generalizado que as autoridades tomam essas decisões. Antecipam para não irem a correr atrás do prejuízo", explicou o Presidente da República.
A atual guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada pelo ataque do grupo islamita em território israelita a 7 de outubro, que as autoridades de Telavive disseram ter provocado 1400 mortos. Desde então, Israel cercou a Faixa de Gaza e prometeu aniquilar o Hamas, que controla o enclave com 2,3 milhões de habitantes desde 2007.
Os bombardeamentos israelitas contra Gaza provocaram pelo menos 3200 mortos, segundo as autoridades do pequeno território situado na costa oriental do Mar Mediterrâneo.