António Costa acredita que haverá uma descida da carga fiscal por o rendimento do país aumentar e não porque os impostos baixem.
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António Costa não se quer comprometer para já com uma descida de impostos no próximo ano. Questionado pela RTP sobre uma descida da carga fiscal, o primeiro-ministro admite que aconteça, mas porque o rendimento do país aumenta e não porque os impostos baixem.
"Uma preocupação muito grande que temos, como é sabido, e é um dos grandes desafios que o país tem é o desafio demográfico. E, por outro lado, uma das chagas mais graves que temos é a pobreza infantil." Costa refere ainda que o Governo arquitetou "um conjunto de medidas previstas que podem ter tradução fiscal ou podem ter tradução de prestações sociais".
O líder do Executivo abre a porta, no entanto, a um aumento de benefícios fiscais ou noutras áreas. "Um Orçamento é um todo, e, portanto, nada pode estar fechado enquanto não estiver tudo fechado", sustenta.
"Se o Produto Interno Bruto crescer como está previsto crescer, a carga fiscal seguramente irá diminuir, e todas as previsões apontam para que haja uma revisão em alta das previsões de crescimento económico para este ano, e presumo que para o ano", aproveita ainda para esclarecer.
Confrontado com declarações prévias, em que considerou que Eduardo Cabrita é um excelente ministro, Costa não responde diretamente, mas argumenta com estatísticas: "Portugal, em 2014, era considerado o 18.º país mais seguro do mundo; agora é considerado o quarto mais seguro do mundo."
Depois, passa para o segundo exemplo: incêndios, "uma das áreas de maior importância no Ministério da Administração Interna".
"Se nós compararmos os últimos três anos com a década anterior, nós reduzimos em mais de 55% o número de incêndio e mais de 60% a área ardida", elenca o governante, que replica com a pergunta aberta: "Se acha que isto não são bons resultados, pergunto-lhe o que são bons resultados."
Já sobre as autárquicas, o também secretário-geral do Partido Socialista reafirma que o objetivo do partido é ganhar as eleições, já que "um partido como o PS concorre em cada freguesia e em cada município para ganhar".
"Tivemos o melhor resultado eleitoral de sempre em 2013; em 2017, faziam-me essa pergunta: 'Bom, não vai ser possível repetir o melhor resultado eleitoral de sempre. Em 2017, tivemos um resultado ainda melhor.'" António Costa defende que "não é possível em cada eleição bater um recorde; são 308 eleições só para municípios, são quase quatro mil para freguesias", mas acredita ser viável manter a maioria dos municípios, e que o PS não vencerá com uma margem estreita. "É muito claro, aquilo que tenho sentido é um grande apoio popular", atira.