Situação em Monchique "mais estável". Dezenas de pessoas já regressaram a casa
O combate às chamas em Monchique prolonga-se há cinco dias. O incêndio, que começou na última sexta-feira, alastrou a outros concelhos.
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Ao quinto dia, o fogo em Monchique continua sem dar descanso aos bombeiros. Esta manhã continuam no terreno mais de 1.200 homens, apoiados por cerca de 380 carros de combate às chamas e doze meios aéreos.
A comandante nacional operacional adjunta da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, revelou que, esta manhã, a situação de combate ao fogo está mais estável, no entanto, e apesar da subida da humidade relativa durante a noite, o vento favoreceu a progressão do incêndio.
Segundo Patrícia Gaspar, uma das grandes prioridades do combate ao fogo neste momento é consolidar o trabalho feito durante o dia de ontem, para que as reativações do fogo - que, adianta a comandante "são expectáveis a partir das 15h00" - tenham uma resposta "rápida e musculada".
O número de deslocados devido ao fogo diminuiu em relação a terça-feira: são agora 181 as pessoas que não estão nas suas habitações (em vez de 230).
Esta quarta-feira deverá ainda chegar ao teatro de operações um reforço de veículos, vindo do distrito de Lisboa, para apoiar os meios locais.
De acordo com a comandante da Proteção Civil, as frentes que atingem as zonas de Fóia e de Silves são os "dois pontos mais críticos".
Durante a noite, as chamas ameaçaram a zona da Fóia, obrigando à retirada de mais moradores. Foi mais uma noite sem pregar olho, conta a repórter da TSF Maria Augusta Casaca.
O fogo afetou também o abastecimento de água no centro de Monchique. A vila está sem água desde sexta-feira. O presidente da câmara, Rui André, explicou à agência Lusa que um dos geradores associados ao furo na zona de Fóia ficou destruído com o fogo. "Tivemos de alugar um novo gerador e estamos a repor os níveis da água. Provavelmente durante a noite será compensada essa perda", adianta.
Rui André explica ainda que o corte no abastecimento teve outra causa - ao contrário do que dizem as regras, os bombeiros recorreram à água nas bocas-de-incêndio com menor capacidade. "Na aflição, não sabiam onde é que haviam de ir buscar [água], foram a um sítio qualquer dentro da vila e reduziram estes depósitos", explica.
As estradas nacionais 266, entre Portimão e Monchique, e a 267, entre Nave e Marmelete, estão cortadas.
A Proteção Civil faz uma atualização deste incêndio às 9h, no posto de comando montado em Monchique.
Notícia atualizada às 11h22