"Apesar da crise energética", Costa compromete-se a não reativar centrais a carvão
Primeiro-ministro lembrou que o país tem sido capaz de cumprir todas as metas e até antecipá-las.
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O primeiro-ministro, António Costa, comprometeu-se a não reativar as centrais termoelétricas a carvão que foram encerradas. As centrais do Pego e de Sines fecharam em 2021, antes da guerra na Ucrânia e da crise no setor da energia. Outros países como Espanha, por exemplo, já reabriram e recuperaram centrais a carvão para a produção de eletricidade, mas Portugal não quer seguir esse caminho e assumiu esta terça-feira, na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), no Egito, que o conflito no leste da Europa não pode retirar as nações deste combate.
"Conseguimos antecipar já em dois anos o encerramento das nossas centrais a carvão que já deixaram de funcionar no ano passado e que, apesar da crise energética, não vamos reativar", garantiu António Costa.
Apesar de as metas de Portugal e na Europa no combate ao aquecimento global serem ambiciosas, Costa lembrou que o país tem sido capaz de cumpri-las e, em alguns casos, até antecipá-las. Recordou também o acordo alcançado com França e Espanha para a criação de um corredor de energia verde e mostrou-se preocupado com os incêndios florestais que todos os verões deflagram em Portugal e na Europa.
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"Os incêndios florestais são da maior importância para a capacidade da floresta desempenhar o seu papel no sequestro do carbono. Em anos mais extremos, podem chegar a representar 20% das emissões mundiais de CO2. No próximo ano organizaremos em Portugal a 8.ª International Wildland Fire Conference. Convidamos todos os países a juntarem-se a nós. A proteção das florestas é um desafio global, a floresta é protetora de solos e dos lençóis de água", defendeu.
O governante português mostrou-se também satisfeito por ver o recém-eleito Presidente do Brasil, Lula da Silva, a renovar o compromisso de desflorestação zero na Amazónia e desafiou a COP27 a conseguir respostas para os problemas do continente africano, onde decorre.
"Em setembro assinámos com o Banco Africano de Desenvolvimento um acordo de garantias de 400 milhões de euros para apoiar o investimento em seis países africanos, em setores prioritários como as energias renováveis. Pretendemos fazer mais no quadro da estratégia da cooperação portuguesa 2020-2030. Iremos reforçar em 25% o apoio aos nossos parceiros da cooperação para ajudar a combater as alterações climáticas também no continente africano", garantiu o primeiro-ministro.
Nos oceanos, Costa quer apostar em políticas baseadas na ciência.
"Destaco o Fórum para o Investimento Sustentável na Economia Azul. Iremos realizar em 2023 a segunda edição deste fórum. O diálogo multilateral é fundamental para atingir os objetivos de Paris e encontrar as repostas para fazer face aos desafios globais. Queremos sociedades que gerem de forma eficiente, circular e sustentável os seus recursos. É este o caminho da paz, da prosperidade e desenvolvimento sustentável", acrescentou.