"Não desistimos das metas." Costa quer cumprir objetivo da transição energética até 2030
Na COP27, o primeiro-ministro garantiu que Portugal vai continuar a contribuir para o fundo de transição energética.
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Portugal está menos dependente de terceiros e da volatilidade dos preços dos mercados internacionais relativamente ao gás e, segundo António Costa, tudo se deve às energias renováveis. Atualmente correspondem a 60% da energia que os portugueses consomem, mas o objetivo é aumentar essa percentagem até 2030. Por isso, o país vai continuar a contribuir para o fundo de transição energética.
"São as energias renováveis que suportam o custo do gás e partilham com os consumidores esse benefício. Portugal em Glasgow assumiu o compromisso de ter uma parcela significativa da sua cooperação para o desenvolvimento centrado na transição energética. São cerca de 4 milhões por ano. Vamos assumir o compromisso de, até 2030, aumentar em mais um milhão de euros por ano esse apoio à cooperação e no ano passado assinámos um acordo com o Banco Africano para o Desenvolvimento que serve de garantia para um forte investimento em energias renováveis nos países africanos de língua portuguesa", explicou António Costa no Egito, à margem da Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP27).
O líder do executivo português, de acordo com fonte diplomática, deverá reunir-se esta segunda-feira com o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, e na terça-feira com a vice-presidente de Angola, Esperança da Costa.
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António Costa chegou na noite de domingo a Sharm el-Sheikh, sem a presença na sua comitiva do ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, que ficou em Lisboa por motivos de saúde. Duarte Cordeiro estará na COP nos próximos dias 15, 16 e 17 em representação do Governo português.
Ao início da tarde, o líder do executivo português participa numa mesa-redonda sobre "Transição justa" ambiental e, três horas depois, no lançamento da IDRA.
Ao início da noite, neste seu primeiro de dois dias na COP27, António Costa participará na receção oferecida pelo Presidente egípcio aos chefes de Estado e de Governo presentes em Sharm el-Sheikh na cimeira do clima.
A intervenção de António Costa na reunião plenária da COP27 está prevista para a tarde de terça-feira, regressando a Lisboa ainda nessa noite.
Ao longo das últimas semanas, em matéria ambiental, o primeiro-ministro tem salientado "o compromisso" de Portugal em relação ao Acordo de Paris de 2015, "com o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5 graus celsius face aos níveis pré-industriais", assim como a sua "firme intenção de manter políticas ambiciosas com vista à neutralidade carbónica em 2050".
Em setembro, no discurso que proferiu perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, afirmou esperar que desta COP27 saia um compromisso que permita uma transição ambiental inclusiva, assegurando uma repartição mais equilibrada do financiamento climático entre a mitigação e a adaptação.
Decisores políticos, académicos e organizações não-governamentais reúnem-se até dia 18 em Sharm el-Sheikh, na COP27, tendo como objetivo travar aquecimento global do planeta, limitando-o a dois graus celsius, entre outras metas.