Após acordo ibérico, BE diz que Governo pode ir além na redução de preços da energia
Catarina Martins pede "novas regras na forma como são formados os preços da energia".
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A coordenadora bloquista considerou esta sábado que o Governo pode ir mais além do que o acordo ibérico para redução dos preços da energia, anunciado na sexta-feira, reduzindo, por exemplo, o IVA da eletricidade.
"É bom que tenha havido um acordo para um teto máximo do gás, registo apenas que, à partida, este acordo vai ficar nos preços máximos que eram já os preços que considerávamos exorbitantes no final do ano e que subiram ainda mais", disse Catarina Martins à margem de um encontro sobre políticas para o envelhecimento, em Lisboa.
A dirigente bloquista advogou que "não basta um teto máximo no preço do gás, são precisas novas regras na forma como são formados os preços da energia", caso contrário o país vai "continuar a dar uma borla milionária à EDP".
Catarina Martins sustentou que o preço da energia hídrica proveniente das barragens "vai continuar a ser remunerado ao preço do gás, que é extraordinariamente alto".
"Não tem nenhum sentido, a energia hídrica não tem esse custo. Ainda por cima estamos a pagar às barragens como se pagassem licenças de emissão de carbono. Coisa que não pagam", completou.
Depois, a coordenadora do BE apontou ao aumento dos combustíveis, que voltam a subir na próxima semana, e acusou o Governo de não estar "a fazer tudo o que pode fazer".
O BE exortou o executivo socialista a acabar com o adicional do Imposto Sobre produtos Petrolíferos (ISP) e colocar IVA da eletricidade com uma "taxa mínima".
O Governo pode baixar a taxa do ISP, prosseguiu, "tem margem para o fazer, não precisa do parlamento".
O primeiro-ministro, António Costa, e o chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, anunciaram na sexta-feira um acordo dos líderes da União Europeia (UE) para introduzir uma exceção no sistema energético europeu para a Península Ibérica, visando poder baixar preços.
"Conseguimos um acordo importante para a Península Ibérica, (...) que será muito benéfico para portugueses e espanhóis: reconhece-se, finalmente, a exceção ibérica, a singularidade ibérica, no que toca à política energética", anunciou Pedro Sánchez, falando numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo português.
A redução dos preços da energia, nomeadamente do IVA, é uma das prioridades no arranque da próxima legislatura e Catarina Martins anunciou que é uma de "duas propostas do Bloco que vão avançar já".
"Estamos há séculos à espera do que decide a União Europeia sobre o IVA da energia. Isso não é necessário. Outros países já agiram e Portugal tem de agir", completou.
A coordenadora do BE recusou comentar a composição do novo Governo, preferindo esperar para conhecer as "opções dos vários ministérios".