A Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) defende novos painéis solares e novas turbinas eólicas com novos pontos de acesso às redes, um investimento a pagar pelo consumidor, mas sem pesar na fatura final.
Corpo do artigo
A APREN defende um aumento do valor da Tarifa de Acesso às Redes mas sem aumentar a fatura final ao consumidor. A APREN quer mudar a fórmula de cálculo da fatura da energia para aumentar o investimento neste setor das redes e assim permitir a existência de novos pontos de acesso para as novas centrais de energia renovável.
O presidente da APREN, em declarações à TSF adianta que "pode vir a ser necessário reequacionarmos a tarifa ao consumidor final como um todo e, não alterando o valor dessa tarifa ao consumidor, redistribuirmos as verbas em que a componente de energia é mais baixa e a das redes passa a ser mais alta".
TSF\audio\2022\06\noticias\02\apren
A tarifa de acesso às redes é paga por todos os consumidores e reflete o custo das infraestruturas da rede de transportes e de distribuição, uma componente que Pedro Amaral Jorge defende que deveria ser aumentada porque "vamos ter que densificar a utilização da rede elétrica de serviço público existente mas vamos ter que aumentar a sua abrangência territorial e aumentar a sua capilaridade para podermos ter possibilidade de instalar centros eletroprodutores noutras zonas onde hoje não podem ser instalados porque não têm rede elétrica".
O presidente da APREN adianta que até 2030 vão ser precisos instalar 25 GW de produção de energia renovável, estas são as metas do Plano Nacional de Energia e Clima mas os projetos precisam de licenciamento do Estado.
"A quantidade de GW que temos que licenciar por ano é muito superior e vamos ter que criar as ferramentas adequadas dentro das instituições afetas ao licenciamento para que isso seja possível até 31 de dezembro de 2030 porque isso contribui não só para a nossa questão ambiental mas para a competitividade da indústria e melhoria da condição de vida das pessoas e, neste momento um problema importante, contribuiu para a segurança de abastecimento de energia e para termos a certeza que caminhamos em direção à independência energética", sublinha.
É uma corrida contra o tempo e contra a burocracia da máquina do Estado mas também na procura de novos lugares para instalar turbinas e painéis solares daí que se volte equacionar o acesso aos baldios como no passado; "é um tema que nós estamos a tratar com a tutela para tentar assegurar uma forma de utilização desses baldios para instalar mais centros eletroprodutores", revelou Pedro Amaral Jorge.
A APREN está, entretanto, a trabalhar num Guia de Licenciamento de Projetos, porque "licenciamento anda com diferentes interpretações quer do ponto de vista ambiental quer do ponto de vista eléctrico".
Um guia feito em conjunto com a Agência Portuguesa do Ambiente e com a Direção Geral de Energia e Geologia e que quer ser "uma ferramenta de comunicação que ajude a interpretar a Lei e que permite acelerar os projetos de licenciamento de produção de eletricidade renovável", concluiu.