O líder parlamentar do PSD lamenta a forma como decorreu a apresentação do Documento de Estratégia Orçamental, mas diz que isso não é razão para o PS falar em «quebra de consenso».
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No final de uma reunião da bancada do PSD, no Parlamento, Luís Montenegro foi questionado pela comunicação social sobre o processo de apresentação do Documento de Estratégia Orçamental (DEO) por parte do Governo e sobre o facto de este documento ter sido entregue aos deputados sem um anexo com projeções para o desemprego que foi enviado à Comissão Europeia.
«Nós já dissemos que era melhor não ter acontecido. Agora, isso não é razão para que o PS possa dizer que está em causa o consenso relativamente à relação com o Governo e com a maioria parlamentar», respondeu o líder parlamentar do PSD.
Luís Montenegro acrescentou que «era melhor que aquele episódio não tivesse acontecido», mas reforçou que, no seu entender, «com as explicações que o Governo deu e com o enquadramento que a matéria merece, não é razão para suscitar essa reação do PS».
De acordo com o líder parlamentar do PSD, «o PS tem todas as condições para colaborar com o Governo e com a maioria nacional no sentido de encontrar as melhores soluções para as grandes questões nacionais».
Luís Montenegro alegou que o PSD tem feito «um grande esforço para manter o PS no centro das grandes reformas que o país está a empreender», tem feito «um apelo muito grande de disponibilidade» e «até alguma contenção verbal, que não é acompanhada da parte do PS, diga-se de passagem».
Na sua opinião, o PS é que não tem procurado uma «aproximação de posições», pelo contrário, tem tido uma atitude de «ou é assim ou não há consenso» em matérias como a política europeia e «noutras pura e simplesmente não apresenta propostas e mantém-se completamente à margem», como na reforma do poder local.
«Da nossa parte, mantemos esta postura de abertura, de diálogo. Agora, não podemos obrigar o PS a fazer aquilo que cabe a quem quer aproximar-se fazer: que possa discutir as propostas connosco, que possa dialogar connosco para encontrar as melhores soluções», concluiu.
Em resposta aos jornalistas, Luís Montenegro disse que «ainda não há novidades» sobre as três candidaturas ao Tribunal Constitucional que PSD, CDS-PP e PS têm de apresentar, por acordo.