A proposta da Comissão Europeia reduz quotas de espécies valiosas a nível económico.
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De acordo com a proposta da Comissão Europeia, nas águas portuguesas as várias espécies que os armadores consideram de grande valor, como a pescada ou o lagostim, vão ter cortes. A quota do carapau é a única que sobe de 91 mil para 101 mil toneladas em 2022.
O Presidente da Associação de Armadores de Pesca Industrial (ADAPI) afirma que Portugal já não captura grande parte da quota de carapau que lhe é atribuída, por isso considera que não faz sentido subi-la ainda mais.
"Isto gera politicamente algum conforto, mas na atividade da pesca gera desconforto", afirma Pedro Jorge.
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"Há espécies que são importantíssimas como é o caso do lagostim, da pescada, das raias e dos linguados, que têm reduções", continua. "Se algumas não têm importância ao nível do impacto na frota, outras são determinantes", lamenta. Dá como exemplo o caso da pescada que tem "reduções sucessivas e vai cair para patamares que vão comprometer a atividade dos navios", garante. Pedro Jorge adianta que o mesmo receio se aplica ao lagostim e à raia. "A subida que o país tem [em termos de quota] é à custa do carapau, o que não traduz impacto na atividade económica da frota."
Pedro Jorge considera que, a ser aprovada, esta proposta penalizará a atividade dos navios portugueses e espera que o governo ainda consiga negociar um melhor acordo em Bruxelas. De acordo com a proposta da Comissão Europeia, nas águas portuguesas a pesca da pescada vai ter um corte de 18% e o lagostim 15%.
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