
Os profissionais afirmam-se disponíveis para ajudar a conceber "políticas públicas" que sejam determinantes para resolver esta crise
Igor Martins/Global Imagens (arquivo)
O presidente da Ordem dos Arquitetos, Gonçalo Byrne, em declarações à TSF, manifesta a "total disponibilidade" de ambas as ordens "para responder a esta crise, em que a construção tem de estar fortemente presente".
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As ordens dos arquitetos e dos engenheiros defenderam hoje que a resposta à crise da habitação em Portugal deve ser "um desígnio nacional", manifestando disponibilidade para contribuir para a conceção das "melhores e mais adequadas políticas".
"No que diz respeito às engenharias e à arquitetura tem que ver com, por exemplo, reaproveitar, construir novo, reutilizar outro tipo de edifícios, mas tem que ver sobretudo com construir", afirma Gonçalo Byrne, presidente da Ordem dos Arquitetos, em declarações à TSF.
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"Ambas as ordens consideram que as necessidades de habitação do país, que são urgentes e precisam de ser resolvidas com determinação, devem ser mitigadas através de mecanismos de promoção própria do Estado, sem prejuízo da liberdade de iniciativa privada", lê-se num comunicado.
Na posição conjunta sobre a "premente crise da habitação" no país, arquitetos e engenheiros afirmam-se preparados para conceberem, desenharem, projetarem e adotarem as "decisões necessárias para Portugal suprir as graves carências habitacionais existentes".
Os profissionais afirmam-se igualmente disponíveis para ajudar a conceber "políticas públicas" que sejam determinantes para resolver esta crise, defendendo que têm a capacidade de intervir ao nível da habitação, do urbanismo, do ambiente, do território, da paisagem, por forma a "pensar e projetar" soluções.
"A arquitetura e a engenharia constroem - não tem de ser de raiz -, pode ser reabilitar edifícios existentes e, dessa parte, manifesta a sua total disponibilidade para responder a esta crise, em que a construção tem de estar fortemente presente. E isto é falar apenas de um dos aspetos do pacote de legislativo, mas que é essencial. Sem este lado da construção, não há resposta à crise da habitação", defende o dirigente da Ordem dos Arquitetos.
"É importante que os decisores, a nível nacional, regional e local se consciencializem desta realidade incontornável", afirmam as ordens.
Para as organizações que representam arquitetos e engenheiros, deverá ser o Estado o "impulsionador principal de projetos que deem resposta às necessidades habitacionais que os portugueses enfrentam".
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"As políticas públicas são absolutamente essenciais e o problema é que até tardaram bastante. É claro que estamos a falar no fundo de aumentar a oferta da habitação para poder responder a uma procura grande, mas o problema não é só esse", defende Gonçalo Byrne.
"Este é o tempo de, sem demoras, agir", instam as ordens.
O dirigente da Ordem dos Arquitetos destaca, ainda assim, o "papel importantíssimo" do privado na resposta à "crescente crise da habitacional".
"Obviamente, para aumentar a oferta, o privado tem um papel importantíssimo e esperemos que tenha um papel importante nesta resposta à crise, que tem sempre lugar para isso. Nas condições que existem, que poderão eventualmente ser melhoradas - mas que existem - uma oferta exclusivamente privada não é suficiente para a crescente crise habitacional", considera.