"As coisas não estão bem." Miguel Guimarães compreende pedido de escusa de médicos
O Bastonário da Ordem dos Médicos, em declarações à TSF, entende o pedido de escusa como um sinal de alerta para o que está a acontecer no Serviço Nacional de Saúde.
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O bastonário da Ordem dos Médicos compreende o pedido de escusa de responsabilidade assinado por várias dezenas de médicos internos de Obstetrícia e Ginecologia. Os profissionais - médicos em formação para a especialidade, escreveram uma carta à ministra da saúde a justificar este pedido de escusa.
Miguel Guimarães entende este gesto como um sinal de alerta para o que está a acontecer no Serviço Nacional de Saúde (SNS). "Isto funciona como um grito de alerta e uma denúncia de que as coisas não estão bem", considera.
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Contudo, também considera que os médicos, com este pedido de escusa, "não atiram a toalha ao chão e vão trabalhar na mesma e ajudar os doentes". Isso significa, na sua opinião, que "a probabilidade de as coisas poderem não correr tão bem ou como seria desejável, são maiores."
O bastonário lembra que as situações se repetem em vários hospitais e em vários serviços, não só em obstetrícia e, por isso, teme que os jovens médicos, no futuro, não queiram ficar a trabalhar no SNS.
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"Pode-se criar um círculo vicioso, que já está a acontecer neste momento. Os médicos, ao invés de escreverem cartas para a ministra da saúde ou ao invés de fazerem greve, começam simplesmente a sair do SNS, e a saída de médicos do SNS nunca foi tão elevada como foi no último ano e meio", explica.
Os médicos internos que fizeram pedido de escusa de responsabilidade também entregaram aos hospitais um documento no qual se recusam a fazer mais de 150 horas extraordinárias por ano. A TSF já contactou, na manhã desta quarta-feira, o ministério da Saúde, mas ainda não obteve resposta.