"Assustei-me e ajoelhei-me ao pé de uma parede": o relato de quem presenciou o "mini-tornado" em Lagoa

Bruno Boto
À TSF, Bruno Boto, que mora em Ferragudo - uma das zonas afetadas pelo fenómeno de vento extremo -, descreve como viveu este momento: "Estava em casa e senti que havia um vento muito mais forte do que o normal (...) Parecia um arrastão"
Bruno Boto presenciou este sábado o fenómeno de vento extremo em Ferragudo, no concelho de Lagoa. À TSF, conta como viveu este episódio, que descreve como "um mini-tornado".
"Começou a cria-ser um mini-tornado em Ferragudo. Estava em casa e senti que havia um vento muito mais forte do que o normal por volta das 11h30/12h00. Assustei-me. Fiquei ali um bocado alarmado", confessa.
Decidiu, por isso, ajoelhar-se com junto a uma parede, com "receio" de que o tal "mini-tornado" pudesse entrar pela janela da casa.
"Foi muito rápido. Tombaram árvores aqui dentro da moradia, inclusivamente também aqui na zona do hotel", descreve.
Num altura em que ainda estão a ser feitos apuramentos aos prejuízos provocados pela passagem da depressão Cláudia, Bruno Boto afirma que pelo menos "quatro ou cinco árvores de grande porte" caíram dentro da sua propriedade. Além disso, voaram também "cadeiras e mesas".
"[O fenómeno] durou muito pouco minutos - para aí um ou dois minutos. Parecia um arrastão", detalha.
Bruno Boto destaca ainda a "prontidão" da Proteção Civil e da junta de freguesia, que já começaram os trabalhos na via para desobstruir as estradas condicionadas pela queda de árvores.
O fenómeno de vento extremo que atingiu a cidade de Albufeira na manhã deste sábado provocou um morto avançou à agência Lusa e confirmou a TSF junto de uma fonte da Proteção Civil. O episódio provocou danos no Parque de Campismo de Albufeira - onde agora se sabe que terá resultado uma vítima mortal, quatro feridos ligeiros e um grave -, e numa unidade hoteleira, causando 19 feridos, um dos quais em estado grave.
Em declarações à Lusa, fonte do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) disse que as imagens de radar indicam que a probabilidade de ter sido um tornado é muito grande, também pelos danos, mas que a situação ainda vai ser avaliada.A situação ocorreu cerca das 11:00 e, segundo a meteorologista Paula Leitão, até às 15h00 as condições atmosféricas no Algarve vão manter-se propícias "a haver mais fenómenos deste género, embora não quer dizer que cheguem a terra".
Na sexta-feira, a zona de Faro foi afetada por um fenómeno de vento que causa rajadas muito intensas e localizadas, provocando a queda de árvores e de estruturas.
Faro, Setúbal e Beja continuam este sábado sob aviso laranja, pelo menos até às 15h00, por chuva persistente, por vezes forte e acompanhada de trovoada, indica o IPMA na sua página de Internet.
