Os ativistas afirmam que após as supostas agressões, que já terão acontecido em três vigílias, foi apresentada uma queixa junto das autoridades.
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Um grupo de ativistas pró-Palestina denunciou ter sido alvo de agressões com recurso a capacetes de mota durante as vigílias diárias, na Praça Humberto Delgado, no Porto, adiantou esta sexta-feira o jornal Expresso.
A organização alega que as ofensas "foram sempre" cometidas pelas mesmas seis pessoas, que se deslocam ao local em dois carros com matrícula francesa. Os supostos agressores não falam português, "pelo que ninguém entendeu o que eles disseram durante as agressões".
"Além das agressões, eles tentavam tirar as bandeiras pró-Palestina dos ativistas", contam os militantes, que apontam que os episódios já aconteceram em três das vigílias realizadas em frente à Câmara Municipal do Porto.
Os ativistas avançam igualmente que os agressores, ainda jovens, aproveitam a altura de menor concentração da população, ao final da noite, quando a ação já está prestes a terminar, para cometer os ataques, sem que, contudo, tenha sido necessário hospitalizar alguma das vítimas, até ao momento. Os ataques ocorrem, ainda, segundo os pró-palestinianos, de forma célere, pelo que os agredidos não têm tempo para reagir.
"Eles apareceram em horas diferentes, quando estavam menos manifestantes na rua e as pessoas se dispersavam", revela ao Expresso Elisabete Afonso Lopes, dirigente da Rede Unitária Antifascista, que acrescenta que existem registos em vídeo de imagens de alguns dos atacantes.
A União Antifascista Portuguesa (UAP), que esteve no local "vários dias", detalha que os veículos utilizados pelos agressores serão um Mercedes Smart e um Mini Cooper, pelo que pedem "toda e qualquer informação sobre a localização e os donos dos dois carros".
Também procuramos toda e qualquer informação sobre a localização e os donos dos dois carros na foto, que pertencem a elementos do grupo de agressores. Podem mandar por mensagem privada. pic.twitter.com/8whqwTYFrm
- União Antifascista Portuguesa / AIM-PT (@UAP_AIM_Pt) October 23, 2023
"Não nos deixaremos intimidar nem calar", asseguram.
Este será o primeiro relato de violência em Portugal relacionado com o conflito entre Israel e o Hamas.
O grupo islamita do Hamas lançou em 7 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O terminal de Rafah, no sul de Gaza e a única passagem para o Egito, vai permitir que a ajuda humanitária chegue ao território palestiniano.
O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.
Notícia atualizada às 12h10