Aumento das pensões. Governo "poderia ter feito quando decidiu esperar para ver se podia fazer"
Marcelo Rebelo de Sousa considera que o Programa de Estabilidade "é otimista".
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O Presidente da República considera que o aumento intercalar das pensões anunciado esta segunda-feira pelo Governo já podia ter sido feito.
"É o Governo a fazer aquilo que poderia ter feito quando decidiu esperar para ver se podia fazer", disse o Presidente da República aos jornalistas.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, o Governo anunciou uma boa notícia da qual nunca duvidou: "Ficámos hoje a saber o que para mim era uma evidência, que a base de cálculo do aumento de pensões vai ser a base correspondente ao aumento que haveria e era devido pela aplicação da lei. Eu nunca tive dúvidas, mas lembram-se na altura que era preciso ver se havia disponibilidade financeira."
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"No passado, a experiência mostrou que quando se falou no fim do ano passado nas medidas para o fim do ano, disse que era preciso ver se é preciso ou não na primavera. Cá estamos na primavera. se forem precisas no outono, cá estaremos no outono", refere o chefe de Estado.
Quanto ao Programa de Estabilidade, Marcelo Rebelo de Sousa afirma que ainda não teve tempo de o analisar, mas considera que "é otimista", porque "parte do princípio de que sobrando o fim da guerra, ultrapassando a situação atual de inflação e recuperando o atraso da economia europeia se vai avançar".
Mas é demasiado otimista? "Depende. Sendo até 2027, pode ser relativamente otimista. Se fosse para este ano ou para o ano que vem, estava mais marcado pela situação atual."
"Posição brasileira nas Nações Unidas tem sido sempre a mesma: ao lado de Portugal"
O Presidente da República garante que não se arrependeu de ter convidado Lula da Silva para a visita a Portugal, depois das declarações do Presidente brasileiro sobre a Guerra na Ucrânia.
"A posição brasileira nas Nações Unidas tem sido sempre a mesma: ao lado de Portugal, dos Estados Unidos e da NATO, o que não tem acontecido com outros países de língua oficial portuguesa", referiu Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado português diz que "a posição brasileira até agora tem sido muito consistente", já que, "ainda com o antigo presidente", condenou a invasão russa da Ucrânia duas vezes e votou a favor do não reconhecimento das regiões ocupadas da Ucrânia, votou que a Rússia deveria ser responsabilizada e, "já com o Presidente Lula", votou pela retirada das forças russas da Ucrânia.
"Dito isto, é muito simples: se o Brasil mudar de posição, é uma escolha dele e Portugal não tem nada a ver com isso, mantém a sua posição e estamos em desacordo", afirma Marcelo Rebelo de Sousa, explicando que "cada país tem a sua política externa".
A posição portuguesa é e continuará a ser a mesma: "Portugal está a apoiar a Ucrânia, não só em termos humanitários, políticos e diplomáticos, mas também em termos políticos e militares. E vamos continuar."
"Se nós só tivéssemos relações diplomáticas apenas com quem concorda connosco, não tínhamos relações com 3/4 do mundo", conclui.