Autarca de Sines defende-se: "A justiça falou e decidiu confirmar a minha inocência"
Nuno Mascarenhas assegura que irá continuar a colaborar com a justiça "pelo tempo necessário".
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O presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas, promete aguardar com "serenidade e tranquilidade" o desfechado da Operação Influencer, mas reitera a decisão do juiz de instrução criminal nesta fase: "A justiça falou e decidiu confirmar a minha inocência."
"Foram dias muito difíceis, com impacto na minha pessoal e familiar, no qual o meu papel foi colaborar com a justiça. Prestei todos os esclarecimentos que me foram solicitados, postura que manterei pelo tempo necessário", disse Nuno Mascarenhas em declarações aos jornalistas, na Câmara Municipal de Sines.
"A justiça falou e decidiu confirmar a minha inocência", afirmou, acrescentando que "foi com seriedade possível" que lidou com toda a situação.
Nuno Mascarenhas não adiantou mais detalhes sobre o processo, "cumprindo obrigatoriedade de reserva" e prometeu, ainda, continuar o trabalho em Sines, "para que o concelho se mantenha atrativo para as pessoas".
Sem espaço para perguntas, o autarca disse que ainda não decidiu ceder à tentação de se defender de alguns comentários "inapropriados e desconhecidos da realidade".
"Irei aguardar com serenidade e tranquilidade pelo desfecho do processo", concluiu.
O juiz Nuno Dias Costa, do Tribunal Central de Instrução Criminal, submeteu o autarca Nuno Mascarenhas a Termo de Identidade e Residência (TIR), não tendo sido subscritos indícios de quaisquer crimes.
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Já Diogo Lacerda Machado, fortemente indiciado por tráfico de influência, ficou sujeito ao pagamento de uma caução de 150 mil euros no prazo de 15 dias e a não se ausentar para o estrangeiro, devendo entregar o respetivo passaporte dentro de 24 horas.
Vítor Escária, a quem foram validados fortes indícios do crime de tráfico de influência, ficou proibido de se ausentar para o estrangeiro e tem também de entregar o passaporte.
Os administradores Rui Oliveira Neves e Afonso Salema, da Start Campus, indiciados por tráfico de influência e oferta indevida de vantagem, ficaram submetidos a TIR, e a empresa ficou de prestar caução no valor de 600 mil euros.
Esta investigação tornou-se pública com a operação realizada na passada terça-feira pelo Ministério Público, que envolveu mais de 40 buscas e levou à detenção de cinco pessoas.
No total, há nove arguidos no processo, incluindo o ministro das Infraestruturas, João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado, antigo secretário de Estado da Justiça e ex-porta-voz do PS João Tiago Silveira e a empresa Start Campus.
O processo está relacionado com a exploração de lítio em Montalegre e de Boticas (ambos distrito de Vila Real), com a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e com o projeto de construção de um centro de dados (Data Center) na zona industrial e Logística de Sines pela sociedade Start Campus.