O presidente da Câmara da Guarda alerta para a repetição de erros da primeira República na sessão de boas-vindas a Cavaco Silva para as comemorações do 10 de junho. Álvaro Amaro, também ex-secretário de Estado de Cavaco, denunciou a «ligeireza» dos atuais políticos com «vícios estruturais» e pediu uma reformulação da política portuguesa.
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37 Anos depois as comemorações do dia de Portugal regressam à Guarda e as queixas já não são pelo progresso que tarda mas antes pela forma como se faz política. Álvaro Amaro, que é hoje presidente da Câmara e já esteve no Governo com Cavaco Silva, alertou para os vícios da política.
«Há hoje na política nacional vícios estruturais preocupantes. Há preocupação excessiva com imagem e mediatismo. Há políticos, felizmente não todos, que passam o tempo a prometer e a não cumprir o que antes prometeram. Há muita impreparação, muita superficialidade, muita ligeireza e há pior que tudo uma sensação horrível, a ideia que o mérito e a competência dão cada vez mais lugar ao carreirismo e oportunismo», explica.
O mérito e a competência não vingam e repetem-se erros.
«Estamos a repetir alguns erros da primeira República, os portugueses gostam de viver em democracia, mas estão cansados dos abusos que se fazem em nome da democracia. É tempo de reformular a vivência política, a cultura política e o sistema político», adianta.
O presidente da Republica reconheceu que este é o tempo de esperança e até concordou com o discurso do autarca. Cavaco Silva pediu que se evitem os «erros do passado para que no futuro as novas gerações não tenham de fazer os mesmos sacrifícios».
«É tempo de o medo dar lugar à esperança», afirmou o chefe de Estado.
As gentes da Guarda receberam a comitiva presidencial com aplausos, colocaram bandeiras nas janelas e deram vivas à República.