Os autores da petição que apela à manutenção em Portugal das obras do pintor espanhol Joan Miró vão ser ouvidos hoje pelos deputados, na Comissão de Educação, Ciência e Cultura.
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A petição, que soma mais de 8.000 assinaturas e foi enviada para a Assembleia da República, apela à suspensão da venda de 85 obras do pintor Joan Miró, que se encontram na posse do Estado português desde a nacionalização do antigo Banco Português de Negócios (BPN).
O leilão das obras está previsto para os dias 4 e 5 de fevereiro, em Londres, pela Christie's.
Em declarações à Lusa, Cabral Nunes, galerista do Coletivo Multimédia Perve, manifestou-se esperançado em que, «até ao levantar do martelo, até ao último segundo, o Estado português possa decidir-se pela suspensão da venda».
«Continuamos a acreditar que vai haver bom senso e que a decisão possa ser revogada», disse.
Cabral Nunes afirmou ainda que não obteve resposta sobre o requirimento enviado à Direção-Geral do Património Cultural, a pedir a classificação das obras, mas referiu ter tido conhecimento de que «peritos independenntes já atestaram a importância da coleção».
O galerista defendeu ainda que seja feita uma exposição com as obras em causa e que analistas se pronunciem sobre a sua validade e qualidade, referindo que a coleção de Miró deve permanecer em Portugal.
A petição também foi enviada para o Parlamento Europeu.