Bastonário preocupado com falta de médicos internos: "SNS precisa de especialistas"
"O ministro da Saúde tem de desenvolver tudo aquilo que está ao seu alcance para atrair mais médicos para o SNS", diz Carlos Cortes.
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O bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, mostrou-se esta segunda-feira preocupado com a falta de candidatos a fazerem a especialidade, profissionais de que o país está necessitado.
"O país e o Serviço Nacional de Saúde precisam de médicos especialistas e o ministro da Saúde sabe disso. Portanto, o ministro da Saúde tem de desenvolver tudo aquilo que está ao seu alcance para atrair mais médicos para o SNS, tornar o SNS mais capacitado para formar médicos com qualidade, para depois poder dar a resposta que os doentes necessitam", disse Carlos Cortes numa visita ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde reuniu com médicos.
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Das 16 vagas que esse hospital tinha para a formação de médicos internos, apenas três foram preenchidas.
"Estes médicos foram médicos que optaram por não ter uma diferenciação e, portanto, neste momento, ou irão para a imigração ou serão prestadores de serviço que estão a dar resposta, como nós sabemos, em muitos hospitais deste país, mas o país não precisa de médicos não especialistas", explica o bastonário da Ordem dos Médicos.
Carlos Cortes abordou ainda as dificuldades que o maior hospital do país tem para dar resposta a todos os doentes, por ser uma unidade hospitalar de "fim de linha".
"O que está a acontecer com os serviços é que estão a organizar e, tanto quanto nos foi transmitido, estão a conseguir ainda dar resposta. Com dificuldades, obviamente, mas estão a conseguir dar resposta. Quero relembrar que o Hospital de Santa Maria é um hospital diferente, é um hospital de fim de linha que não responde só a população de referenciação direta, mas acaba por ter de dar uma resposta desde o Algarve ao Alentejo e também ao Oeste, Lisboa e Grande Lisboa", refere.
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Por isso mesmo, o bastonário da Ordem dos Médicos pede que seja repensada a forma como outros hospitais reencaminham doentes: "É um hospital que tem de ter uma grande capacidade de resposta que por vezes é difícil. Daí eu estar a fazer um apelo à direção executiva para coordenar melhor esta referenciação entre hospitais, que tem necessariamente de trabalhar em rede."
O apelo do bastonário da Ordem dos Médicos visa também a reunião entre sindicatos e Governo marcada para terça-feira para que haja um acordo.