Mariana Mortágua pede diretamente ao primeiro-ministro que seja consequente por ter chamado a si a responsabilidade no dossier TAP.
Corpo do artigo
A deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua acusa o Governo de não ter estado à altura da gestão da TAP e defende que é importante que António Costa assuma as responsabilidades. Lembrou também que há vários factos conhecidos na terça-feira, na inquirição à CEO da TAP, não só relativos ao negócio, mas também à forma como o Governo lidou com a questão de Alexandra Reis e a demissão da própria presidente executiva.
"Todos estes episódios que são agora do nosso conhecimento mostram que o Governo do Partido Socialista não esteve à altura da gestão da TAP. O facto de ter havido uma reunião entre o grupo parlamentar do PS e a CEO da companhia aérea é, obviamente, excessivo. Não há qualquer cabimento nesta reunião e mostra, mais uma vez, esta forma de gerir que não está à altura da importância da coisa pública e a TAP não pode ficar refém de um privado que a canibaliza ou de um Governo que não está à altura da sua importância para o país", afirmou Mariana Mortágua.
A deputada pede diretamente ao primeiro-ministro, António Costa, que seja consequente por ter chamado a si a responsabilidade no dossier TAP.
16127447
"Pensamos que é importante que o primeiro-ministro assuma as suas responsabilidades porque vimos vários ministros a rodar ao longo deste processo, mas António Costa sempre chamou a si a importância da TAP. Recordo que foi o primeiro-ministro que nomeou um amigo seu para negociar a nacionalização da companhia aérea e depois nomeou esse seu amigo, Diogo Lacerda Machado, para ser administrador da TAP. Agora tem a responsabilidade de explicar ao país como é que vai garantir que a companhia aérea é gerida com a dignidade que merece. Não vou dizer conclusões, é cedo para isso, mas são as principais evidências da comissão de inquérito até este momento", acrescentou a deputada do Bloco de Esquerda.
A presidente executiva da TAP na noite de terça-feira disse que estava à espera de ser despedida, mas não por justa causa, após reunião com João Galamba na manhã da conferência de imprensa do anúncio da exoneração dos presidentes da companhia.
Christine Ourmières-Widener, que foi ouvida na terça-feira na comissão de inquérito à TAP, já tinha dito que tinha tido uma reunião com o ministro das Finanças na véspera da conferência de imprensa onde foi anunciada a exoneração com justa causa, mas que não sabia da decisão.
Após quase sete horas de audição, a gestora adiantou que teve também uma curta reunião de 10 ou 15 minutos com o ministro das Infraestruturas, João Galamba, na manhã da conferência de imprensa, a pedido da presidente executiva da companhia aérea.