BE avisa para "bomba-relógio" e pede ao Governo que estenda moratórias até setembro
Catarina Martins sugere que o Executivo de António Costa passe as moratórias bancárias para a esfera pública.
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O Bloco de Esquerda assume que o Estado tem em mãos uma bomba-relógio com as moratórias bancárias. A medida para apoiar as famílias em tempo de pandemia termina no final de março.
A solução para as moratórias foi um dos temas que o Bloco de Esquerda levou à audição com o Presidente da República, tendo em vista a renovação do estado de emergência. Catarina Martins apela ao Governo que estenda as moratórias até setembro, para apoiar as famílias.
"O Governo tinha-nos dito que seria residual a percentagem de moratórias que terminariam no final de março, mas, na verdade, esse valor não é residual. Uma em cada cinco famílias tem uma moratória que acaba no final do mês. Estamos perante uma bomba-relógio de crédito malparado", assumiu.
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A líder do Bloco de Esquerda lembra que "é essencial proteger as famílias e as empresas", pelo que sugere ao Governo que "faça passagem destas moratórias da Associação Portuguesa de Bancos para as moratórias públicas e, assim, estendê-las até setembro".
Quanto ao estado de emergência, Catarina Martins garante que a medida não é necessária quando os números permitem o desconfinamento, sugerindo que esta seja a última renovação nos próximos tempos.
"Se os números exigem maior contenção, o estado de emergência é necessário. Se os números permitem desconfinamento, o estado de emergência deixa de ser necessário. O estado de emergência não é o estado normal do país e não deve ser. O seu prolongamento tem um efeito muito perverso sobre a democracia", apontou.
Os bloquistas admitem que se os números voltarem a crescer, o estado de emergência volta a ser necessário. Catarina Martins lembrou que uma democracia não tem apenas o estado de emergência como solução para resolver a pandemia.
O Parlamento vota na quinta-feira a renovação do estado de emergência. O Governo e o Presidente da República já admitiram que a medida se deve manter até ao final do plano de desconfinamento, previsto para o início de maio.
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