BE, Chega e IL defendem que medidas para travar subida de preços são "insuficientes"
No Fórum TSF, os três partidos mostraram-se insatisfeitos com as medidas anunciadas. Do lado do PS, Jamila Madeira concorda com o caminho seguido pelo Governo.
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A deputada socialista Jamila Madeira defendeu, no Fórum TSF, o caminho que o Governo está a seguir. Considera que é acertado e que responde de forma estrutural aos desafios do aumento da inflação. Quanto à subida dos salários para enfrentar a subida dos preços, a deputada afirmou que não faz sentido e que essa medida só iria contribuir para uma espiral inflacionista.
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"Incrementar, sem uma convergência na produtividade, salários usando este momento complicado para a economia portuguesa e mundial seria alavancar uma espiral inflacionista que, no caso do nosso país em particular, seria muito prejudicial para a nossa capacidade de voltar a reagir e a ter convergência num momento posterior à crise. Julgo que temos de continuar a salvaguardar o crescimento dos salários exatamente como o Governo anunciou e como pretende continuar, mas sem que isso seja feito através de uma resposta à dificuldade do momento, sob pena de iludirmos todos os esforços que fizemos antes", explicou Jamila Madeira à TSF.
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O Bloco de Esquerda opõe-se a esta visão do PS. Pedro Filipe Soares disse que o aumento dos salários é uma ferramenta importante para as famílias fazerem face a esta nova crise da inflação. O líder da bancada parlamentar do partido acusou, no entanto, o Governo de ter dado um passo atrás na questão do imposto sobre lucros extraordinários. Para o deputado bloquista este recuo é incompreensível.
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"Quando há já economias que estão a responder taxando estes lucros extraordinários como devem ser taxados, o Governo diz que não lhes quer mexer. Tínhamos a ideia de que na sexta-feira passada o ministro da Economia podia ter um pensamento diferente. Houve agora a confirmação de que o Governo, face a esta imoralidade e momento de enorme sacrifício, não quer colocar o dinheiro onde ele existe e poder poupar o país a estes sacrifícios", afirmou Pedro Filipe Soares.
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Esta possibilidade de criar um imposto sobre lucros extraordinários foi admitida na semana passada pelo ministro da Economia, mas não foi debatido no Conselho de Ministros de sexta-feira, ainda que António Costa e Silva tenha garantido, esta segunda-feira, que o Executivo está a estudar o assunto.
Do lado do Chega não há dúvidas de que vêm aí tempos de austeridade. O deputado Rui Afonso disse que as medidas apresentadas pelo Governo, para travar os efeitos da subida da inflação, são insuficientes. Por isso avizinham-se tempos difíceis para os portugueses.
"Com estas medidas vamos, efetivamente, entrar numa crise económica e social muito, muito complicada. Estas medidas são claramente insuficientes para fazer face a tudo o que se avizinha. Vamos ter mais austeridade, sem sombra de dúvida. Viemos de uma situação pandémica que suspendeu a economia. Tudo isto vai ter um custo, económico e social e esse custo vai ter de ser pago", defendeu Rui Afonso.
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Já pela Iniciativa Liberal, a deputada Carla Castro referiu, no Fórum TSF, que as medidas do Governo sabem a pouco. Com impostos tão elevados nos combustíveis, Carla Castro afirma que era possível ir mais longe.
"São medidas 'pouquechinhas'. Há algumas medidas num bom sentido, como a redução do ISP e a substituição do Autovoucher. O Governo percebeu finalmente a insuficiência do Autovoucher, mas relembramos que estamos a falar de medidas temporárias e mais de 50% de impostos sobre os combustíveis são, obviamente, uma carga excessiva. A reversão de que nos estão a falar ainda não é suficiente", acrescentou Carla Castro.
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