O BE afirmou que, com as mudanças na orgânica do executivo, «o papel do CDS será governar o PSD», comparando Paulo Portas «a uma espécie de 'bimby' [robô de cozinha] governante, não havendo nada que não possa cozinhar».
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«A crise política desta semana foi a cara do fracasso da austeridade e das políticas deste Governo, partido em cacos como um jarrão de porcelana, os cacos não têm restauro possível, a cola não aguentará», disse a vice-presidente da bancada bloquista, Cecília Honório.
A deputada do BE discursava na abertura de um debate potestativo no Parlamento «pela renegociação da dívida pública e a denúncia do memorando».
Cecília Honório acusou Vítor Gaspar e Paulo Portas de com as suas demissões, apresentadas na semana passada, «lançarem as bombas» e quererem «fugir dos estilhaços».
«O primeiro conseguiu, deixou a herdeira. Paulo Portas parece ter sido apanhado na sua própria ratoeira. À primeira vista, o papel do CDS no Governo será governar o PSD, Paulo Portas sai como uma espécie de bimby governante, não havendo nada que não possa cozinhar, na Economia, nos Negócios Estrangeiros, como vice-primeiro-ministro», continuou, no mesmo registo irónico.
A deputada do BE acusou Portas e o CDS-PP de terem «um irrevogável apego ao poder» e de protagonizarem «uma comédia» que é «uma tragédia para o país».
«Quantas intriguices palacianas chegarão para decidir quem manda nas Finanças? Paulo Portas ou Maria Luís? No QREN, Paulo Portas ou Poiares Maduro? Na diplomacia económica, Paulo Portas ou o futuro ministro dos Negócios Estrangeiros? A coligação está tão agarrada ao poder que sofre de autofagia», declarou.