Catarina Martins alerta que uma mudança na matriz de risco pode "tornar difícil a comunicação para o país".
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A líder do Bloco de Esquerda mostra-se contra uma mudança da matriz de risco da Covid-19, apesar das declarações do Presidente da República, que admitiu uma revisão do método, quando os infetados voltam a aumentar em Portugal. Catarina Martins defende, por outro lado, um reforço da vacinação e na testagem.
Em declarações aos jornalistas, durante uma iniciativa do partido, Catarina Martins assume que não é favorável, e aconselha o Governo a concentrar-se na comunicação. "Temos vindo a dizer que é importante que exista uma comunicação clara. Muitas vezes, uma alteração de procedimentos torna difícil a comunicação para o país", diz.
A bloquista alerta ainda que a pandemia ainda não acabou, pelo que se deve continuar a insistir na testagem e na vacinação.
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O Presidente da República defendeu esta quarta-feira que se deve mudar a matriz de risco que tem servido de base para o processo de desconfinamento, face à crescente taxa de imunidade da população portuguesa contra a Covid-19.
Questionado se considera que este é o momento para criar uma nova matriz de risco, que não tenha apenas em conta o índice de transmissão e a incidência de novos casos por 100 mil habitantes, o chefe de Estado respondeu: "Eu sempre achei isso, mas sempre respeitei a opinião dos especialistas e a decisão do Governo".
"Aparentemente, há especialistas que, de forma crescente, dizem que é preciso ir começando a repensar, e o Governo também já disse que é preciso estudar e repensar. Por uma razão muito simples: o mundo vai abrir, nós vamos regressando a uma atividade mais normal, mais cedo ou mais tarde", referiu na quarta-feira durante uma visita a Sintra.
Já sobre a lei laboral, que o Governo se prepara para alterar, Catarina Martins diz que as promessas são muitas, mas é preciso passar aos atos.
"Temos visto o Governo a prometer muitas vezes a mudança da lei laboral. São incontáveis, mas até agora ainda não vimos nenhuma. Mais do que anúncios, precisamos é de legislação efetiva", afirma.
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