BE diz que "PS seria uma desilusão para os socialistas" caso se entendesse com a direita

A coordenadora do Bloco de Esquerda Catarina Martins, falou aos jornalistas após uma reunião com a FNAM - Federação Nacional dos Médicos
Rodrigo Antunes/Lusa
Catarina Martins afirma que o pior que se podia fazer era "desistir do SNS" por causa das dificuldades.
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A coordenadora do BE considerou esta quinta-feira que "o PS seria uma desilusão para todos os socialistas" se achasse que se pode entender com a direita, avisando que não é com a bipolarização que se vai salvar o SNS (Serviço Nacional de Saúde).
Catarina Martins reuniu-se esta tarde com a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), em Lisboa, tendo no final, em declarações aos jornalistas, acusado o Governo de "incapacidade de olhar para os cuidados primários", aquilo que considerou ser "um dos aspetos mais preocupantes da impreparação na resposta a esta vaga Covid".
Questionada sobre a expectativa em relação ao debate que vai opor o líder do PS e primeiro-ministro, António Costa, e o presidente do PSD, Rui Rio, a coordenadora bloquista respondeu que tudo o que a preocupa neste momento "é saber quais são as soluções para o país".
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"O PS seria uma desilusão para todos os socialistas se achasse que se pode entender com uma direita que, na verdade, é cada vez mais agressiva e que já admitiu achar como solução para o país privatizar tudo, a começar pela saúde", afirmou.
Para Catarina Martins, o pior que se podia fazer era, por causa das dificuldades, "desistir do SNS" .
"As dificuldades dão-nos uma obrigação crescente de resolver os problemas do SNS e por isso só com um PS que seja obrigado negociar e com um BE como terceira força política renovada e reforçada neste país é que encontraremos essas soluções", apelou.
Confrontada com as sondagens desta quinta-feira, a líder do BE manteve o hábito de não as comentar.
"Nas soluções para o SNS, para o reforço do SNS, para que não se desista do SNS, na verdade o PS não tem querido avançar e o PSD o que propõe é privatização. Toda a gente sabe no país que a bipolarização para o salvar o SNS não adianta nada", avisou, insistindo na necessidade do BE se manter como terceira força política, "o partido que mais tem lutado pelo SNS".