BE diz que regresso aos mercados é «campanha de mistificação», PCP entende que não é solução
O coordenador do BE afirmou que o pedido de prolongamento dos prazos da dívida à troika e o regresso aos mercados são uma operação de «mistificação» das contas públicas de Portugal. O PCP considera que isso «não é uma solução».
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«As notícias hoje conhecidas não trazem qualquer alívio aos portugueses. A austeridade, os impostos, os cortes nas pensões, os cortes no Estado social são para continuar. O défice é virtual, o regresso aos mercados é artificial. Resulta apenas de a dívida ser maior do que quando o programa da 'troika' começou», disse João Semedo, na Assembleia da República.
O deputado bloquista disse mesmo tratar-se de uma «campanha de mistificação sobre contas públicas» do país porque «o regresso aos mercados é um regresso através de uma operação particular que não representa a recuperação da soberania financeira de Portugal».
Por seu turno, o deputado comunista Honório Novo defendeu que o anunciado regresso de Portugal aos mercados «não é solução» para a economia portuguesa nem qualquer «mérito do Governo» na situação.
«Este anunciado regresso aos mercados não constitui solução para a economia nacional. Não se assegura o crescimento nem há um combate firme ao desemprego absolutamente galopante que assola o país. Se a política da troika continuar não há regresso aos mercados que permita a alteração da situação catastrófica em que o país se encontra», afirmou.