BE e PCP: Para «virar à esquerda» é necessário pôr o memorando com a "troika" em causa
BE e PCP avisaram o PS que é necessário «pôr em causa» o memorando com a 'troika' para se conseguir «abrir à esquerda», considerando que só é possível seguir este acordo se «seguir politicas de direita».
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Em declarações aos jornalistas no final do XVIII Congresso Nacional do Partido Socialista, Pedro Soares, representante do Bloco de Esquerda, mostrou dúvidas quanto à anunciada «viragem à esquerda» do PS.
«Se o PS se quer abrir à esquerda tem que pôr em causa o programa da troika. Isso é absolutamente inevitável, disse, aguardando por esse motivo para confirmar se o PS terá ou não «uma viragem à esquerda».
Pedro Soares, comentando as propostas apresentadas por António José Seguro no discurso de encerramento do congresso socialista, afirmou que «propostas que diminuíam a austeridade são importantes».
No entanto, alertou, «o que nós [Bloco de Esquerda] não conseguimos compatibilizar são essas propostas com o memorando da troika».
O representante do Bloco considerou ainda que o «PS está assumidamente com o memorando da troika» o que é, afirmou, «uma contradição interna do próprio partido que diz ser oposição mas está ao lado do Governo».
O bloquista comentou ainda a disponibilidade demonstrada por Seguro para «dialogar à direita e à esquerda» dizendo que no entanto «só» ouviram o secretário-geral do PS «falar do entendimento com a direita e nunca falou em esquerda».
Já o representante do Partido Comunista, João Frazão, comentando a «fidelidade» anunciada pelo líder socialista ao memorando da troika, afirmou que «com esse pacto não será possível estabelecerem-se outras politicas que não sejam as de direita, politicas neoliberais».
Frazão esclareceu que «não é possível uma política de esquerda» com medidas de «cortes sociais, politicas de ataque à soberania nacional, ataque aos serviços públicos e ataque aos direitos dos trabalhadores».