
Catarina Martins
A coordenadora do Bloco de Esquerda Catarina Martins insistiu hoje na demissão do Governo na sequência da sétima avaliação da 'troika', num discurso em que fez duras acusações aos ministros de Estado Vítor Gaspar e Paulo Portas.
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Catarina Martins assumiu estas posições no encerramento de um colóquio promovido pelo Bloco de Esquerda sobre "Desigualdade e pobreza", em Lisboa.
Sobre os resultados da sétima avaliação da 'troika' (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) à economia portuguesa, a coordenadora do Bloco de Esquerda acusou o Governo de propor «mais desastre, mais desemprego, mais cortes e mais empobrecimento».
«O que Vítor Gaspar propõe é mais uma década de austeridade, propõe que os avós vivam pior para construir um futuro em que os filhos vivem pior do que os pais e em que os netos vivem pior do que os avós. O que Vítor Gaspar propõe é a destruição da democracia no garrote da dívida», sustentou a dirigente bloquista.
Depois, Catarina Martins citou críticas feitas em 2010 pelo líder do CDS, Paulo Portas, ao Governo socialista de José Sócrates.
«Um ano e meio depois de Governo PSD/CDS, o endividamento aumentou mais 50 mil milhões de euros, subiram os impostos mais 30 por cento, há mais 400 mil desempregados. Quem fez discursos contra a situação económica do país em 2010 não pode agora esconder-se a inaugurar ginásios a milhares de quilómetros de distância. Paulo Portas tem de demitir-se», afirmou, recebendo uma prolongada salva de palmas.
A coordenadora do Bloco de Esquerda estendeu a seguir a exigência de demissão a todo o Governo, incluindo o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
«Demitam-se, porque o país apreciaria muito esse gesto», declarou.