O BE requereu a audição parlamentar da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, considerando que a sua deliberação sobre o caso que envolve o ministro Miguel Relvas e o Público é «incompreensível» e ameaça a liberdade de imprensa.
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Em declarações aos jornalistas no Parlamento, a deputada bloquista Catarina Martins afirmou que «o comportamento da ERC não tem sentido» e «é uma descredibilização» uma «instrumentalização por parte do Governo» desta entidade.
Na quarta-feira, a ERC, através de uma deliberação, «não deu como provada a existência de pressões ilícitas do ministro Miguel Relvas» sobre o jornal Público.
«A ERC faz uma deliberação que é completamente atípica, que ninguém compreende, uma deliberação extensa onde descreve pressões para concluir no fim que não houve pressões ilícitas, muito embora os membros do Conselho Regulador afirmem que houve pressões inaceitáveis», reforçou Catarina Martins.
A deputada do BE observou que este «reconhecimento por parte da ERC e dos elementos do Conselho Regulador de que houve pressões inaceitáveis do ministro que tutela a comunicação social sobre o jornal "Público" representa um problema grave de liberdade de imprensa e da relação do Governo com os órgãos de comunicação social».
«É preciso compreender que quando a ERC deixa de ser uma entidade reguladora independente e passa a ter um comportamento completamente incompreensível está em causa a liberdade de imprensa em Portugal e isso é extraordinariamente grave», alertou.
Por seu turno, o PCP apresentou um pedido de audição da direção, do conselho de redação e da editora de política do Público e da jornalista Maria José Oliveira por causa do caso que envolve este jornal e o ministro Miguel Relvas.
O deputado comunista Bruno Dias explicou, em declarações aos jornalistas no Parlamento, que «tendo sido já anunciada uma outra proposta [do PS] no sentido do senhor ministro dar explicações à comissão parlamentar», o PCP entende que também é importante ouvir o testemunho do jornal e dos profissionais envolvidos no caso.