O BE anunciou, esta quinta-feira, que vai requerer uma audição urgente do ministro da Economia e do Emprego no Parlamento, para esclarecimentos sobre «o futuro dos transportes colectivos».
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Numa declaração política no Parlamento, a deputada do BE Catarina Martins disse que o objectivo da audição de Álvaro Santos Pereira é «esclarecer os deputados e o país sobre o futuro dos transportes colectivos e do passe social», tendo em conta o aumento do preço dos títulos de transporte público, que classificou como «escandaloso».
Para a bloquista, o aumento de 15 por cento nas tarifas dos transportes trata-se na prática de um imposto encapotado sobre os rendimentos do trabalho.
Também Honório Novo, do PCP, considerou que este aumento de impostos é brutal.
Já Hélder Amaral, do CDS-PP, admitiu que é um aumento duro, mas considerou-o inevitável.
A social-democrata Carina Oliveira justificou o aumento, considerando que o défice e o passivo das empresas públicas de transportes não deixavam outras alternativas ao Governo.
«Não são malfeitorias (...) Ninguém no seu perfeito juízo toma uma medida destas de ânimo leve», afirmou, frisando que «para continuar a haver transportes públicos» só restava esta hipótese.
«Houve um esforço do Governo nesta revisão de tarifários no sentido de não penalizar o Interior do país», frisou.
O PSD recordou ainda que o ministro da Economia já tem uma ida prevista ao Parlamento para 2 de Agosto.
Contudo, estes argumentos não convenceram a oposição à esquerda.
Para Heloísa Apolónia, do partido ecologista Os Verdes, este aumento com o argumento de tapar buracos financeiros das transportadoras públicas não cola, já que seria preciso um aumento de 300 por cento para fazê-lo.
Este aumento, considerou, tem por trás a intenção de privatizar as empresas públicas de transportes.