A recém-nascida estava em situação crítica e não resistiu
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A bebé que nasceu de uma cesariana de emergência no Hospital Amadora-Sintra morreu esta manhã, um dia depois da morte da mãe, que deu entrada na unidade em paragem cardiorrespiratória. A informação foi avançada pela SIC Notícias e confirmada pela TSF. A recém-nascida estava em situação crítica, não resistiu e morreu nas últimas horas.
À agência Lusa, fonte oficial da Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra adianta que o óbito ocorreu cerca das 07h00 deste sábado, devido ao "estado clínico em que se encontrava".
A instituição "lamenta profundamente" a morte da bebé de mãe, de 36 anos, endereça as condolências à família, acrescentou.
Na sexta-feira, dia em que a grávida de 38 semanas, natural da Guiné-Bissau, morreu, o diretor do serviço de urgência obstétrica e ginecológica do hospital Amadora-Sintra, Diogo Bruno, explicou que a mulher estava em paragem cardiorrespiratória quando deu entrada no hospital, tendo sido imediatamente socorrida com todos os procedimentos previstos.
"Portanto, a atitude que foi tomada foi suporte avançado de vida e extração do bebé assim que possível e foi super rápido", afirmou Diogo Bruno, acrescentando que a bebé estava internada com "prognóstico reservado" nos cuidados intensivos neonatais.
A ULS Amadora-Sintra referiu que a grávida de 38 semanas foi na quarta-feira ao hospital Amadora-Sintra "assintomática" para uma consulta de rotina, durante a qual foi identificada com hipertensão ligeira.
A grávida de 36 anos, segundo o especialista, "foi apenas por extra cuidado enviada à urgência", onde foi despistada pré-eclâmpsia, uma das complicações da gravidez, e teve alta com indicação para internamento às 39 semanas de gestação.
"Foram feitos vários exames, descartaram-se complicações importantes da gravidez que determinassem atitudes diferentes e ela foi enviada para casa, obviamente, com ensino dos sinais de alarme para recorrer novamente ao serviço de urgência e procurar cuidado médico", contou.
Segundo o diretor, a grávida, natural da Guiné-Bissau, tinha chegado recentemente a Portugal e foi referenciada para a consulta de especialidade de obstetrícia com uma gravidez de termo precoce.
"O seguimento da gravidez não foi o seguimento ideal. Tinha, efetivamente, uma história não bem esclarecida de hipertensão, mas, efetivamente, na consulta que teve, o nível de tensão era ligeiramente elevado", reiterou.
Diogo Bruno referiu que o Conselho de Administração determinou a abertura de um inquérito interno para apurar todos os contextos deste caso, "sendo certo que depois hão de haver desfechos desse inquérito".
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) também determinou a instauração de um processo de inquérito para avaliar a assistência prestada à grávida, assim como a Entidade Reguladora da Saúde que anunciou a abertura de um processo de avaliação com o mesmo objetivo.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, lamentou o caso, mas recusou demitir-se: "Não, não me demito", afirmou, no Parlamento, no âmbito da apreciação na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), após ser questionada pela deputada do Chega Marta Silva.
