Black Hawk "são adequados e vão salvar vidas". Certificação é "falsa questão"

Raul Bravo/AFP (arquivo)
Em declarações à TSF, o antigo presidente do Colégio da Competência em Emergência Médica sublinha as várias vantagens deste meio aéreo que, com uma célula sanitária, pode também ser usado para "levar meios médicos para uma zona remota"
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O médico de helitransporte civil de doentes há 25 anos Vítor Almeida defende que os helicópteros Black Hawk são "adequados" para emergências médicas e vão "salvar vidas". O Governou tomou, por isso, uma decisão certeira que vai beneficiar a Proteção Civil.
Em declarações à TSF, o também antigo presidente do Colégio da Competência em Emergência Médica sublinha que a aquisição destes quatro novos helicópteros não põem em causa a utilidade dos meios do INEM, mas, antes, vêm reforçá-la.
"[Os Black Hawk] podem, com uma célula sanitária, ser meios para transporte secundário ou o chamado transporte terciário - que é levar meios médicos, por exemplo, para uma zona remota isolada", explica.
Já quando questionado sobre a posição assumida pela Autoridade Nacional de Aviação Civil - que diz que o comprimento do Black Hawk impede-o de aterrar em seis dos sete heliportos autorizados a receber helicópteros de emergência médica - Vítor Almeida afirma que esta é uma "falsa questão".
"Para missões de emergência médica, o quadro legal e jurídico muda radicalmente, daí que, efetivamente - a não ser que haja uma proibição formal daquele heliporto -, o piloto pode perfeitamente decidir para onde vai. E, neste caso, estamos a falar de missões do âmbito de emergência médica para salvar vidas", esclarece.
O médico adensa ainda que, tanto em Portugal como noutros países europeus, a certificação de helicópteros passa "por graves crises". Particularmente, na Alemanha, há muitos destes meios aéreos que "não são certificados".
Indo mais longe, Vítor Almeida destaca as vantagens dos Black Hawk para responder a questões relacionadas com as alterações climáticas.
"Em situação de terramoto há zonas que ficam isoladas por cheias e estas aeronaves são as adequadas e vão salvar vidas. Disso não tenho dúvidas nenhumas", garante.
Numa altura em que têm aumento do número de catástrofes naturais um pouco por todo o mundo, o especialista entende ser "bom" que o país se "prepare" para fazer frente a estas situações. "Este meio é um reforço daquilo que já temos - não coloca em causa o que já temos no país - mas é claramente um reforço", vinca.
De acordo com fonte oficial do Ministério da Defesa, os quatro helicópteros Black Hawk vão ser adquiridos por aproximadamente 32 milhões de euros, através dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com cada unidade a custar oito milhões.
"Os aparelhos serão operados pela Força Aérea e ficarão disponíveis para, se necessário, reforço do serviço de emergência médica", acrescentou a mesma fonte.
