O coordenador do BE, João Semedo, criticou hoje as «promessas de expansão económica» do primeiro-ministro, a quem acusou de ter «um problema com a realidade».
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«Senhor primeiro-ministro, o senhor tem um problema com a realidade. Quanto pior é a realidade, maior é a sua fantasia» acusou João Semedo na abertura do debate quinzenal com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, no Parlamento.
«Como é que o senhor primeiro-ministro pode prometer expansão económica, pode falar no bom ritmo a que caminha o país, quando o país e a sua economia, os níveis da nossa economia, regressaram aos níveis do século passado ou numa visão mais otimista ao início deste século», questionou.
«Como é que pode falar e prometer alívio fiscal precisamente no momento em que os portugueses começam a sentir o peso, a sobrecarga, do brutal aumento de impostos que o seu governo decidiu e que nem os 'disfarçodécimos' [referência aos duodécimos] conseguem disfarçar», interrogou.
João Semedo acusou o primeiro-ministro de colocar os portugueses perante uma escolha: «ou a espada ou a parede», quando diz que é impossível manter a despesa social e no futuro baixar os impostos. «Só que reduz a despesa social e aumenta os impostos ao mesmo tempo», disse.
João Semedo aludiu ainda à conferência entre «o secreto e o amordaçado» para discutir os cortes na despesa do Estado, que foi "um 'requiem' para o Estado social, segundo a cartilha do FMI», embora o relatório do Fundo Monetário Internacional tenha contado com o «envolvimento de todos os ministros».
«O Governo cumpre o que o FMI diz e manda», acusou. «Cabe na cabeça de alguém perguntar ao credor o que é que há de fazer para lhe pagar o que lhe deve», questionou.