A deputada Ana Drago considera que o ex-dirigente do CDS não deveria presidir à Comissão da Revisão do IRC, por conflito de interesses, já que pertence aos conselhos de administração de grandes empresas.
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A bloquista Ana Drago afirmou hoje no Parlamento, que o partido viu com «grande incredulidade» a nomeação de Lobo Xavier para presidente da comissão que estudará uma eventual reforma do IRC, o imposto que pagam as empresas.
A «estranheza», acrescentou Ana Drago, deve-se ao facto de Lobo Xavier pertencer aos conselhos de administração do BPI, da Mota Engil e da Sonaecom, «ou seja, grandes grupos empresariais» que «contribuem bastante» para o IRC e que «nos últimos anos», receberam «apoios e dinheiros públicos», como é o caso do BPI, ou ficaram conhecidos «pela mobilidade para a Holanda por questões fiscais».
«É uma espécie de nomeação em que pomos as raposas a definir as regras de proteção do galinheiro, ou seja, são as grandes empresas, o representante, o administrador das grandes empresas, que vai presidir a um estudo da reforma do IRC. Não são, portanto, as pequenas e médias empresas que vão definir dados de tesouraria, não é um representante do setor da restauração a braços com uma carga fiscal do IVA que está a matar todo um setor. Não, são de facto os grandes grupos empresariais que vão dominar a agenda desta revisão do IRC», afirmou Ana Drago.
Para a deputada existe neste caso um «conflito de interesses absolutamente óbvio» e que se trata «sem dúvida» de uma «nomeação política».