A falta de formação está referenciado como o principal fator na origem da exaustão, mas a falta de envolvimento das chefias e os turnos de 14 dias durante a pandemia também agravaram o problema.
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Quarenta em cem técnicos e diretores técnicos de IPSS queixam-se de cansaço extremo. Num estudo realizado a 340 funcionários em 500 instituições, foi possível detetar que a formação profissional é um fator que ajuda a diminuir os níveis de burnout.
"A formação para uma profissão reduz em grande medida - em mais de 30% - os níveis de cansaço e desequilíbrio psicológico. Quando se pergunta como é que as pessoas se psicologicamente se sentem, 59% dizem que se sentem razoavelmente, 0% diz que se sente muito bem, 7% dizem sentir-se bem e 40% sentem-se mal, com um cansaço adjacente às suas funções." Entre as conclusões apontadas por Ricardo Pocinho, coordenador do estudo nas IPSS, também consta a insatisfação que os trabalhadores sentem face às direções e chefias, com críticas destacadas aos salários que auferem, considerando-os injustos. "Quando questionadas sobre se sentem as chefias envolvidas, nos casos em que dizem que sim, o nível de burnout desce significativamente e aumenta o parâmetro do engagement, o sentimento de integração na instituição." O estudo revela, por isso, "a importância de as chefias estarem presentes na vida da instituição".
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Ricardo Pocinha admite que falta legislação, mas que a discrepância também diz respeito a questões de "estatuto", já que "muitas pessoas não têm formação adequada nem motivação que sirva para estes lugares".
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O coordenador do estudo também concluiu que a pandemia não é a única justificação para o cansaço entre técnicos das IPSS. s mais cansados são "quem trabalha por turnos, sobretudo os que fazem o turno noturno" e "muitos dos que passaram a fazer turnos - um fenómeno registado durante a pandemia - a partir de março". É certo que a pandemia exigiu o "envolvimento dos técnicos num trabalho em 24 horas" e que os ciclos de 14 dias, com respetiva rotatividade, fizeram com que os funcionários ficassem mais cansados, mas a formação também dita o grau de exaustão gerado nos profissionais. "É importante manter a formação profissional com as especificidades técnicas de quem dirige ou de quem tecnicamente lida bem com idosos", comenta Ricardo Pocinha.
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