Em dois dias, a campanha da Maternidade Alfredo da Costa conseguiu bons donativos, mas foi considerada imprópria. A TSF escutou a opinião do ex-ministro Correia de Campos.
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A campanha da Maternidade Alfredo da Costa, que durou apenas dois dias, recolheu donativos significativos. Contudo, desde a semana passada, quando foi anunciada, tem estado a causar polémica.
A própria Inspecção-Geral das Actividades em Saúde acabou por efectuar uma auditoria às contas da maternidade, explicando que apesar de não ser ilegal, o veículo, ou seja, a forma de pedir ajuda não era a mais adequada e poderia see considerada alarmista.
Um argumento que levou ao cancelamento da campanha de recolha de fundos, que no entanto, e em apenas dois dias, garantiu verbas importantes, como um donativo individual de mil euros.
A questão da ilegalidade desta medida, que chegou a ser avançada, também suscita dúvidas ao antigo ministro da Saúde, Correia de Campos.
«Tenho a certeza de que nos diplomas constitutivos da organização hospitalar está listada, entre a origem possível de recursos, os resultados de donativos ou doações do sector público ou privado», assegurou o antigo ministro.
Apesar de reconhecer que o recurso a donativos, por parte dos hospitais, está previsto na lei, Correia de Campos afirmou na TSF que a campanha da Maternidade Alfredo da Costa devia ter sido feita em articulação com o Ministério da Saúde.
«A tutela tem que ter uma palavra a dizer sobre a forma como são organizados os donativos para defender, sobretudo, a instituição e os seus dirigentes. Não seria imprevisível que os dirigentes da instituição viessem a ser questionados sobre o destino que deram a esse dinheiro», defendeu Correia de Campos.