
Logótipo da CAP
A Confederação de Agricultores Portugueses (CAP) vai manter-se fora da concertação social, mesmo depois das declarações do ministro da Agricultura. Já a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) irá prosseguir com os protestos agendados.
Em declarações à TSF, o presidente da CAP, João Machado assegurou que a posição da confederação se mantém, sublinhando que aguarda um esclarecimento do primeiro-ministro.
«A CAP ou é parceira do Governo de corpo inteiro e não pode ter um ministro que ataca os seus agricultores permanentemente, ou não é parceira de corpo inteiro e, nessa altura, abre este tipo de diálogo com o ministro da Agricultura», disse, defendendo que as «duas coisas ao mesmo tempo são impossíveis».
Por isso, acrescentou, «nós mantemos a nossa posição, ou seja, a suspensão da concertação social até o sr. primeiro-ministro fazer declarações no sentido de desautorizar as declarações do ministro da Agricultura em relação à CAP e aos agricultores portugueses».
Em causa estão declarações de Jaime Silva à entrada para o Conselho de Ministros da Agricultura e Pescas da União Europeia, em que o ministro acusou elementos da CAP e da CNA de «ligações à direita conservadora e à extrema-esquerda».
Posteriormente, Jaime Silva disse, em declarações à TVI, tratar-se de um «equívoco», sublinhando que a CAP fez «uma tempestade num copo de água».
Também após acompanhar a intervenção de Jaime Silva, a Confederação Nacional da Agricultura disse lamentar que «o ministro não se tenha lembrado do cargo que ocupa quando proferiu as declarações sobre a CAP e a CNA» e que «venha agora dizer que se arrepende».
Para esta quarta-feira, a CNA tem agendada uma marcha de tractores de Ovar até Estarreja e, na quinta-feira, terá lugar uma manifestação em Braga, estando outra prevista para Chaves, em data a definir brevemente.