Capoulas Santos "estranha" estratégia de Pedro Nuno Santos e conta com "voto silencioso" em José Luís Carneiro
O líder da moção estratégica de José Luís Carneiro defende que anunciar previamente os aliados preferenciais pós-eleitorais pode afastar "o voto útil no PS".
Corpo do artigo
O deputado Luís Capoulas Santos, líder da moção estratégica de José Luís Carneiro, defende que o ainda ministro da Administração Interna é o melhor candidato a primeiro-ministro e aquele que tem mais condições para conquistar eleitorado.
"É uma pessoa genuína, uma pessoa afável, com capacidade diálogo, mas firme nas suas posições e nas suas decisões, com um passado imaculado como político", destaca o deputado socialista em declarações em direto TSF, esta segunda-feira.
TSF\audio\2023\12\noticias\11\capoulas_direto
José Luís Carneiro "está disponível para dialogar sem preconceitos à esquerda e à direita, consoante a leitura que faz das eleições e dos sinais que os cidadãos dão quando são chamados a pronunciar-se, sem estar prisioneiro de qualquer estratégia prévia de esquerda ou de centro", defende.
Capoulas Santos considera "estranho", por outro lado, que Pedro Nuno Santos "anuncie previamente quais são as suas preferências pós-eleitorais".
"Nunca o PS o fez nos seus 50 anos de História, nem mesmo em 2015, no período que antecedeu a "geringonça"", aponta. "António Costa nunca disse que os seus aliados preferenciais, pós-eleitoralmente, seriam os partidos à nossa esquerda. Portanto. Isso é desde logo até convidar os votantes daqueles partidos a votarem neles próprios porque o voto útil no PS deixa de ser necessário."
Capoulas Santos defende que a corrida à liderança do Partido Socialista teve um arranque desigual - se fosse um sprint de mil metros Pedro Nuno Santos teria começado com 500 metros de avanço, compara - mas acredita que "todos os resultados são possíveis" nas eleições internas diretas que se realizam no fim desta semana, dias 15 e 16.
Depois do "sobressalto cívico" (a demissão de António Costa) que deixou os socialistas "atarantados", a campanha de Pedro Nuno Santos "não cresceu mais do que tinha crescido nos primeiros dias", enquanto "a candidatura de José Luís Carneiro tem sido verdadeiramente explosiva", considera.
Além disso, apesar de a candidatura de Pedro Nuno Santos se "gabar" de ter entre os apoiantes "a maior parte da estrutura partidária", com muitos líderes distritais das concelhias, José Luís Carneiro poderá contar com "um voto silencioso e um voto que, porventura, não se manifesta a não ser na cabine", antecipa.
Capoulas Santo admite que possam existir algumas "pressões da estrutura local", mas não acredita "que cinco mil militantes sejam manipuláveis".