Caso Tutti Frutti: inquérito do PSD terá Costa Neves como instrutor e pode resultar em "procedimentos disciplinares"
O PSD vai investigar internamente a atuação de membros do partido na preparação para as autárquicas de 2017 em Lisboa.
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O antigo ministro Carlos Costa Neves foi nomeado instrutor do inquérito interno que o PSD abriu ao caso Tutti Frutti. Terá dois meses para apresentar conclusões que poderão resultar em "procedimentos disciplinares".
A notícia é avançada esta segunda-feira pelo jornal Público, que teve acesso ao despacho do Conselho de Jurisdição Nacional do PSD.
O documento refere-se às suspeitas investigadas no caso Tutti Frutti como uma "alegada combinação" que se traduziria "na apresentação, pelo PSD, de candidatos 'fracos' a determinadas freguesias e, pelo Partido Socialista, de candidatos 'fracos' a outras" na preparação das listas para as eleições autárquicas de 2017.
A confirmar-se, esta troca de favores representaria "uma total fraude democrática com a qual o PSD nunca poderá pactuar", pelo que pode haver lugar a "procedimentos disciplinares", adianta Conselho de Jurisdição Nacional do partido, citado pelo mesmo jornal.
Carlos Costa Neves foi duas vezes ministro: dos Assuntos Parlamentares no segundo governo de Passos Coelho, e da Agricultura, Pescas e Florestas no executivo de Santana Lopes.
A alegada troca de favores entre PS e PSD nas eleições autárquicas de 2017, de forma a garantir a manutenção de certas freguesias lisboetas, foi denuciada em maio numa reportagem da TVI/CNN. Em causa estão alegados crimes de corrupção, abuso de poder e uso ilícito de cargo político, entre outros.