Constituída equipa de cinco magistrados e cinco inspetores da PJ para operação Tutti Frutti
Dez profissionais vão trabalhar no caso em regime de exclusividade e devem ainda contar com o apoio de dois especialistas.
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A Procuradora-Geral da República (PGR) mandou constituir, esta segunda-feira, uma equipa de cinco inspetores da Polícia Judiciária e cinco magistrados do Ministério Público, todos em "regime de exclusividade" para a "conclusão da investigação" da Operação Tutti Frutti.
Num comunicado enviado às redações pela Procuradoria-Geral da República, lê-se que a equipa formada por estes dez profissionais vai também ser apoiada "permanentemente" por um "especialista de perícia científica adstrito às pesquisas informáticas" e que está prevista a colaboração com um magistrado especialista em "direito administrativo e direito de contratação pública, na vertente autárquica".
A PGR, Lucília Gago, justifica a constituição da equipa nestes moldes com a "grande sensibilidade e evidente repercussão social" dos factos em investigação, que aliados à "natureza e volume das diligências já realizadas e das que importará ainda realizar" e à "qualidade de funções das pessoas visadas" conferem ao caso "excecional complexidade".
A isto junta-se ainda o volume do inquérito, que já conta com "pelo menos, 38 volumes processuais e 72 apensos com cerca de 560 volumes".
A PGR explica que a constituição desta equipa foi articulada internamente com o Diretor Nacional da Polícia Judiciária e admite uma "reavaliação da situação" no final do ano de 2023 em função do desenvolvimento da investigação, das diligências realizadas e a realizar, do prazo previsível para encerrar o inquérito e da "adequação" dos meios alocados à investigação.
Notícias divulgadas este mês pela TVI/CNN denunciam uma alegada troca de favores entre PS e PSD na preparação das listas para as eleições autárquicas de 2017, de forma a garantir a manutenção de certas freguesias lisboetas.
É citada uma investigação do Ministério Público e da Polícia Judiciária, segundo a qual Fernando Medina é suspeito em processos que remontam ao tempo em que era presidente da Câmara de Lisboa, incluindo o caso Tutti Frutti. Em causa estão alegados crimes de corrupção, abuso de poder e uso ilícito de cargo político, entre outros.
A notícia adianta ainda que há dezenas de escutas e centenas de e-mails que envolvem não só o atual ministro das Finanças, mas também o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, na altura número dois de Fernando Medina na Câmara de Lisboa.