Em 2019 foram diagnosticados quase 58 mil novos casos de cancro em Portugal, a maioria em homens.
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Estão a aumentar os casos de cancro em Portugal. Entre 2010 e 2019 a taxa de incidência subiu quase 20%, revela o Registo Oncológico Nacional 2019, o mais recente estudo sobre cancro em Portugal, divulgado pelo JN. Os homens são os mais afetados e há três tipos de cancro em destaque.
Em 2019 foram diagnosticados quase 58 mil novos casos de cancro em Portugal, a maioria em homens, o que traduz um crescimento de 19,3% em relação a 2010. De acordo com o estudo, 57 878 novos casos detetados em 2019 correspondem a uma taxa de incidência de cerca de 562 casos por cada 100 mil pessoas, por ano.
A taxa é maior nos homens, em que esse número é de mais 648 casos em cada 100 mil pessoas, anualmente, enquanto nas mulheres essa taxa é de cerca de 485 casos. Por cada 119 casos detetados no sexo masculino são detetados 100 no sexo feminino.
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No entanto, e apesar de os homens continuarem a ser os mais atingidos por tumores malignos, nos últimos anos o risco de cancro aumentou nas mulheres, especialmente naquelas que se encontram em idade fértil, o que não poderá ser dissociado do facto de o cancro da mama continuar a ser o que mais atinge o sexo feminino. Ainda em 2019 registaram-se 8482 novos casos deste cancro.
No homens, o cancro da próstata é o que tem maior incidência. Contudo, no geral, há três cancros que merecem especial destaque por estarem a ter cada vez mais novos casos: pulmão, pele e estômago. E este último merece atenção.
José Dinis, diretor do programa nacional para as doenças oncológicas da Direção-Geral da Saúde, defende que terá de ser dada prioridade ao rastreio do cancro gátrico. A idade crítica, quer para homens quer para mulheres, é a mesma: entre os 60 e os 74 anos.
O Registo Oncológico Nacional 2019 traz ainda uma alusão à mortalidade da doença. Em 2019, 28 464 pessoas morreram com cancro.
A taxa de incidência da doença é maior nos distritos de Porto, Lisboa, Braga e Região Autónoma da Madeira. No distrito portuense registaram-se mais 411,5 casos por cada 100 mil pessoas anualmente.
O estudo refere ainda que, no litoral, as taxas de incidência são globalmente maiores do que no interior o que, segundo a coordenadora da investigação, poderá estar ligado aos estilos de vida.