O Presidente da República apela à urgência de uma estratégia global para o mar. Uma preocupação sublinhada no encerramento da Cimeira dos Oceanos, em São Francisco, nos Estados Unidos.
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É um alerta lançado pelo Presidente da República a nível global. Convidado pela Economist para fechar a Conferência dos Oceanos, Cavaco Silva sublinhou que estamos a atingir a linha vermelha e que é preciso que os políticos, a nível mundial, prestem atenção ao mar, para além das alterações climáticas.
Cavaco Silva defendeu uma nova governação integrada dos oceanos, mais vigilância e controlo das atividades marítimas, alertando que se está perto do ponto de não-retorno ao nível da sustentabilidade dos oceanos.
«Não podemos dar-nos ao luxo de falhar. Não podemos continuar a adiar. Temos de pôr finalmente em prática a nova governação integrada dos oceanos de que tanto necessitamos e que sabemos ser imprescindível», disse. Para o chefe de Estado é preciso «adotar um novo pacto de governo para os oceanos».
Numa intervenção totalmente centrada nas questões ambientais, Cavaco Silva alertou: «Temos de agir», explicando que uma nova governação dos oceanos tem como objetivo impedir que a intensificação do seu uso e o desenvolvimento da economia do mar continuem a conduzir à degradação do ambiente marinho.
«A governação dos oceanos irá exigir níveis muito mais elevados de coordenação e integração das políticas setoriais. Às políticas públicas departamentalizadas para as pescas, para os transportes marítimos ou para a conservação ambiental deveria suceder uma nova política marítima integrada», defendeu.
Além disso, acrescentou, uma governação eficaz dos oceanos requer a devida responsabilização por parte dos utilizadores do mar, o que exige meios para a vigilância e controlo das atividades marítimas.
Ainda no âmbito de uma nova governação integrada dos oceanos, o chefe de Estado voltou a defender mais investimento em conhecimento, advertindo que só através da ciência se pode compreender melhor o funcionamento dos ecossistemas marinhos e determinar quais os limites adequados para as atividades marítimas.