O Presidente da República não se pronunciou sobre as medidas de austeridade do Executivo. Pede uma «distribuição justa» dos sacrifícios quando o país chegou a uma «situação explosiva».
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O Chefe de Estado escusou a pronunciar-se sobre as medidas concretas do programa do Governo, mas sublinhou que os portugueses não podem ter ilusões porque Portugal chegou a uma «situação explosiva» e insistiu na «distribuição justa» dos sacrifícios.
«Já tive ocasião de dizer e tem sido muito repetido que têm sido tempos muito difíceis e não tenhamos ilusões, e os portugueses sabem bem disso, e se bem se recordam há talvez mais de dois anos que disse que Portugal se aproximava de uma situação explosiva, lamentavelmente chegámos a essa situação explosiva«, afirmou esta tarde o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
Escusando-se a comentar as medidas de austeridades defendidas pelo Governo e a antecipação da sua implementação, porque «essa é uma matéria de discussão da Assembleia da República», Cavaco Silva reconheceu que será «preciso muito trabalho».
«Não podemos ter ilusões de que temos uma estrada fácil à nossa frente, basta olhar para outros países para termos bem a consciência de que vamos passar por sacrifícios, não serão talvez fáceis, mas o importante é que haja uma luz de esperança», insistiu.