CDU promete devolver à população terrenos da Braamcamp que "imobiliária PS" quer vender
Terrenos somam 21 hectares ao abandono numa antiga propriedade da família Braamcamp, mais tarde uma corticeira, e estão junto ao rio Tejo.
Corpo do artigo
Uma vitória na CDU corresponderia à resolução dos problemas na Quinta Braamcamp, no Barreiro. Garantia deixada pelo secretário-geral do PCP, esta tarde de quarta-feira, numa visita aos terrenos que a gestão comunista da autarquia comprou em 2016 e que a atual gestão dos socialistas, em 2019, quis colocar a concurso para construção habitacional. A frente ribeirinha é "apetitosa" para a especulação imobiliária, dizem os comunistas, que encontram apoio num grupo de cidadãos independentes e que hoje contaram com José Luís Ferreira, deputado do Partido Ecologista - Os Verdes - e candidato à assembleia municipal do Barreiro.
Estes terrenos somam 21 hectares ao abandono, de uma antiga propriedade da família Braamcamp, mais tarde uma corticeira, e que estão junto ao rio Tejo. Em 2016, quando a autarquia era da CDU, os terrenos foram comprados com vista a ali criar um espaço de lazer, que englobava zonas de lazer e recreio, como campos de jogos, floresta, a recuperação de um antigo moinho de maré, entre outros. Projeto que foi travado com a saída da câmara em 2017 e a cedência de lugar ao PS que, nesse ano, ganhou as eleições locais.
Luís Sousa, da Plataforma Cívica "Braamcamp é de todos", um grupo de cidadãos independentes, que concorda com o projeto que a CDU tem (ou tinha) para o local, explica que, em fevereiro de 2019, "o atual executivo anunciou que ia vender esta quinta para construir prédios, o que levou à movimentação das pessoas". Uma plataforma que foi constituída a 31 de março para lutar pela garantia de que a população ganha uma zona de lazer e não prédios habitacionais. Luís Sousa deixa claro que não é "nada contra os privados, não queremos é que deixe de ser do usufruto das pessoas e muito menos que tenha impacto do ponto de vista ambiental". Por isso, interpuseram uma providência cautelar.
O concurso avançou, pois a autarquia "fez uma resolução fundamentada", muito embora tenha sido, de acordo com o que Luís Sousa afirma, anulada pelo tribunal, que "não aceitou esta resolução fundamentada".
De visita aos terrenos da quinta abandonada, o secretário-geral do PCP aproveitou para garantir que, com a CDU, a população ganha uma zona de lazer junto ao rio, como se poderá ouvir na reportagem áudio que aqui se junta.
TSF\audio\2021\09\noticias\22\miguel_midoes_no_barreiro_o_ps_e_uma_imobiliaria
Logo depois, às portas da secundária Santo André, ainda no Barreiro, José Luís Ferreira, deputado dos Verdes, apareceu e colocou um separador claro entre visões do PS e da CDU. "São visões e conceções diferentes, entre aqueles que pretendem reduzi-la a uma mercadoria e vendê-la aos privados para ser usufruída por alguns e a CDU, que pretende manter a Braamcamp na esfera pública e o seu usufruto por todos", afirma.
Diz o também candidato à assembleia municipal que o povo, no dia 26, pode ainda impedir "a negociata" da nova agência imobiliária: o PS. "A única proposta que apresentam é uma placa a dizer vende-se para construção, mas uma câmara tem de ser muito mais do que uma imobiliária", refere.
José Luís Ferreira disse ainda que a melhor forma de devolver a Braamcamp à população do Barreiro é "em silêncio no domingo".